Estimados leitores e leitoras! Como vocês estão? Ainda chocados pela ruptura da barragem de Brumadinho? A Vale é uma das maiores mineradoras do mundo e sabe, perfeitamente, o que tem que ser feito para evitar catástrofes como esta. Não sou engenheiro, mas devem existir normas padronizadas a serem seguidas pela empresa. Alguma coisa de errado aconteceu. No mínimo, houve negligência por parte dos responsáveis que atestaram as condições da barragem e, infelizmente, não é a primeira vez.
[bs-quote quote=”A Fieto vem demonstrando sua importância e sua responsabilidade no desenvolvimento econômico do Estado, tornando público seus estudos para que os tomadores de decisões tenham um ‘norte’ mais seguro. As decisões tomadas com base em informações consistentes e de excelência, proporcionam maior grau de certeza no alcance dos objetivos estratégicos para o desenvolvimento” style=”default” align=”right” author_name=”TADEU ZERBINI” author_job=”É economista e consultor” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/04/TadeuZerbini60.jpg”][/bs-quote]
Vocês sabiam que a Federação das Indústrias do Estado do Tocantins – FIETO, em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura do Estado do Tocantins – SEDEN, com recursos financeiros do Fundo de Desenvolvimento Econômico do Estado do Tocantins – FDE, publicou 6 (seis) livros sobre as Cadeias Produtivas do Agronegócio do Tocantins? Foram estudadas as cadeias da soja, milho, carne bovina, arroz, silvicultura e piscicultura, sob a coordenação do Dr. Marcos Fava Neves. Os livros estão disponíveis no portal da FIETO e vale a pena vocês darem, ao menos, uma olhada. São estudos e projeções da mais alta qualidade, que podem subsidiar, facilitar e aprimorar o planejamento do Estado para essas áreas. É um material de excelência para os cursos técnicos, tecnológicos e acadêmicos das instituições de ensino.
Em parceria com a Rede Brasileira de Centros Internacionais de Negócios – Rede CIN a FIETO publicou o estudo sobre a balança comercial do Estado do Tocantins, referente ao exercício de 2018. Neste estudo, as exportações tocantinenses totalizaram no ano de 2018 US$ 1.199,88 milhões, o que representa um aumento de 26,14% quando comparado aos dados de 2017. Já as importações cresceram 6,64% em 2018 ante 2017 e atingiram US$ 229,49 milhões. Nesse contexto, o Saldo da Balança Comercial (exportações menos importações) se manteve positivo no ano de 2018 totalizando US$ 970,39 milhões. O resultado do saldo tocantinense foi 31,84% maior do que o registrado em 2017. Nas exportações o Tocantins ocupa o 17º lugar no ranking das unidades federativas, e o 21º nas importações. No acumulado de 2018, o Tocantins exportou para 70 países diferentes. Porém, foram destinados somente para a China 66,98% dos produtos tocantinenses no período em análise. A Arábia Saudita chama atenção pelo seu expressivo crescimento nas exportações, cerca de 77,58% em relação ao valor exportado em 2017, pautada principalmente nas exportações de soja. Neste estudo fica muito claro que a soja e a carne correspondem quase que a totalidade das exportações.
Por meio da Sondagem da Construção Civil, mais uma publicação trimestral da FIETO, ficou demonstrado que no 3° trimestre de 2018 os problemas enfrentados pela indústria no Estado do Tocantins foram: a elevada carga tributária, a inadimplência dos clientes, a falta de capital de giro, as dificuldades na logística de transporte e a demanda interna insuficiente. A dificuldade no acesso ao crédito também foi um gargalo ao desenvolvimento da construção civil. O indicador ficou em 25 pontos, aquém da linha divisória de 50 pontos. Com estes resultados, a expectativa para os próximos meses é de pessimismo com relação ao nível da atividade, número de empregados, novos empreendimentos e serviços e também para compras de insumos e matérias-primas. O baixo desempenho do setor e perspectivas pessimistas, levaram os empresários a reduzir mais ainda a Intenção de Investimento: o índice que no trimestre anterior era de 29,3 pontos, neste trimestre foi de 23,7 pontos.
A FIETO vem demonstrando sua importância e sua responsabilidade no desenvolvimento econômico do Estado, tornando público seus estudos para que os tomadores de decisões tenham um “norte” mais seguro. As decisões tomadas com base em informações consistentes e de excelência, proporcionam maior grau de certeza no alcance dos objetivos estratégicos para o desenvolvimento.
Acredito que um estudo mais aprofundado sobre a mineração seria salutar para a economia do nosso Estado. Sei dos problemas burocráticos e legais que estão tramitando no Congresso Nacional e que atrapalham investimentos na área. Mas enquanto não é possível avançar na produção mineral, poderíamos avançar nas estratégias e nas pesquisas para consolidar este setor estratégico para a economia do Estado.
A concessão do trecho da ferrovia norte-sul, ligando Porto Nacional à região sudeste, proporciona uma oportunidade ímpar para a mineração. Será que só veremos os trens passarem por nosso Estado? Será que o preço do transporte ferroviário será adequado para a economia tocantinense? Precisamos aprofundar esta discussão para exigirmos o que é importante para o Tocantins.
São tantos os problemas e dificuldades que o Tocantins enfrenta que temos que encontrar uma saída estratégica para melhorar a arrecadação tributária estadual. Passou do tempo de ir à Brasília com um pires na mão pedindo migalhas que não vão transformar o nosso Tocantins no Estado dos nossos sonhos.
Parabéns, FIETO!
P.S. – Já compraram suas armas? Agora pode. Rsrs
TADEU ZERBINI
É economista, especialista em Gestão Pública, professor e consultor
ctzl@uol.com.br