A Frente de Entidades do Agronegócio Tocantinense (Feato) promoveu na quinta-feira, 20, o “Grito do Agro”, que abordou as principais reivindicações dos produtores rurais, organizadas em 17 pautas. O evento aconteceu a contragosto do governo estadual, que atuou para desmobilizar a programação. Três entidades cederam: a Federação da Agricultura e Pecuária (Faet) e as Associações dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja) e de Desenvolvimento Sustentável do Tocantins (Adsto). Em carta, a Feato elencou a regularização ambiental do Estado o principal gargalo.
ESTADO NÃO CONSEGUIU DIRECIONAR SOLUÇÕES
Divulgada após o “Grito do Agro”, a carta da Feato elenca as 17 pautas dos produtores, mas dá um destaque especial à regularização ambiental. “Esse processo, que deveria ser simples e objetivo, tem se tornado uma barreira muitas vezes intransponível. E a tendência é que piore, pois a legislação continua avançando sobre o setor produtivo. O Estado, infelizmente, não conseguiu até hoje direcionar soluções eficazes. A falta de prioridade na destinação de recursos públicos para o órgão de licenciamento ambiental atrasa a emissão dos atos administrativos de que os produtores necessitam para trabalhar, agravando ainda mais esse quadro”, disparou.
CADEIRAS VAZIAS
Sobre a “Operação Esvazia”, comandada pelo Palácio, o presidente da Associação dos Produtores Rurais do Sudoeste (Aproest), Wagno Milhomem, contou que os organizadores fizeram questão de colocar 600 cadeiras, das quais pouco mais de 200 foram preenchidas “por um público qualificado”. “Deixei claro que as cadeiras desocupadas eram destinadas àqueles que se retiraram do ‘Grito do Agro'”, afirmou à coluna. Para ele, o evento foi “excelente” e a carta tirada, que vai ser protocolada nos mais importantes órgãos públicos, é prova disso. “Essa mobilização foi importantíssima para dar força e respaldar todos os encaminhamentos que virão. E quem está errando com o setor produtivo, que está falhando com ele, sem cumprir o seu papel como deve, que responda pelos prejuízos que causa à própria economia do Estado e à toda a sociedade”, afirmou Wagno.
PROGRAMAÇÃO
Sobre o “Grito do Agro”, Wagno Milhomem destacou a importância de um trabalho conjunto para o avanço do setor. “O que queremos é trabalhar juntos com o governo para construir um ambiente mais justo e eficiente para o produtor, criando soluções reais para o agronegócio tocantinense”, afirmou.
SUSTENTABILIDADE
A sustentabilidade também foi destaque. O presidente da Fundação de Meio Ambiente de Palmas e ex-presidente do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), Isac Braz Cunha, reforçou que é possível conciliar a conservação ambiental com a produção agropecuária. Já Almir Rebelo de Oliveira, engenheiro agrônomo e produtor rural, pontuou que o mercado de carbono pode gerar benefícios econômicos e agregar valor à produção. Outro ponto de atenção foi a necessidade de revisão do Código Florestal Estadual e do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE), defendida por Caroline Bueto, especialista em Gestão Ambiental.
PAINEL TÉCNICO
O Painel Técnico reuniu profissionais como Luís Eduardo Bovolato, reitor da Universidade Federal do Tocantins (UFT), André Cavalcante, presidente da Associação dos Consultores Ambientais do Tocantins (Ascam), e Andréa Schmidt, presidente do Instituto Harpia. Também marcaram presença Murilo Sudré, advogado da Aproest, e Wagno Milhomem, presidente da Associação, que reforçaram a importância de um diálogo contínuo para enfrentar os desafios jurídicos e regulatórios do setor.
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