Deus não gostaria que os lideres brasileiros indicassem tratamento precoce sem comprovação científica para a cura da Covid.
Deus não gostaria que 600.000 brasileiros morressem de Covid.
Deus não gostaria que a inflação dos mais pobres passasse de 10% ao mês.
Deus não gostaria que 14,8 milhões de brasileiros ficassem desempregados.
Deus não gostaria que 49,6 milhões de brasileiros tivessem uma alimentação precária ou não ter nenhuma.
Deus não gostaria que 19,3 milhões de brasileiros se encontrassem na extrema pobreza e outros de 61,1 milhões na pobreza.
Deus não gostaria que o povo brasileiro vivesse nas trevas e comandado por falsos profetas.
No período conhecido como “Idade Média”, a igreja se notabilizou e cresceu com base em falsos profetas. Vendia lugares no céu. Perseguia quem não era católico e matou inocentes em suas cruzadas em nome de Cristo. Muitos historiadores chamam esse período de “idade das Trevas”. Será que estamos vivendo, aqui no Brasil, algo parecido? Conforme nos ensina “Êxodo 20:7”: não tomarás o nome do Senhor teu Deu em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar seu nome em vão.
Pois é, estamos acompanhando líderes religiosos usando de seus templos e do nome de Deus para convencerem seus fiéis a defenderem posições políticas que não tem nada a ver com religião. Dê a Deus o que é de Deus e a César o que é de César. O Estado é laico, portanto não deveria haver ingerência das igrejas para indicação de religiosos para cargos públicos, mas não é o que estamos acompanhando.
“Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm a vocês vestidos de peles de ovelhas, mas por dentro são lobos devoradores. Vocês os reconhecerão por seus frutos. Pode alguém colher uvas de um espinheiro ou figos de ervas daninhas? Semelhantemente, toda árvore boa dá frutos bons, mas a árvore ruim dá frutos ruins. A árvore boa não pode dar frutos ruins, nem a árvore ruim pode dar frutos bons. Toda árvore que não produz bons frutos é cortada e lançada ao fogo. Assim, pelos seus frutos vocês os reconhecerão! “Mateus 7:15-20”.
Todas as esferas do atual governo estão repletas de religiosos que estão mais preocupados consigo mesmos do que seguir os ensinamentos bíblicos. Por que será que não conseguem diminuir a pobreza, a fome e o desemprego? Será que Deus não quer? Por que defendem o uso de armas pela população? Isto é coisa de Deus?
Quando o povo passa por necessidades a única alternativa é se apegar à fé e aí, são conduzidos por falsos profetas como gados para um mundo de escuridão e de subserviência e não conseguem enxergar racionalmente o que está acontecendo. A razão e a ciência conseguem explicar 99% do cenário econômico e social por que passa o Brasil.
Não precisa ter Fé para saber que o nosso governo gasta mais do que arrecada para manter seus privilégios e com isto não tem recursos para resolver os problemas sociais.
Não precisa ter Fé para saber que o desemprego e a fome no país já estavam em níveis altíssimos mesmo antes da pandemia.
Não precisa ter Fé para saber que sem as reformas administrativa e fiscal profundas o Brasil continuará a caminhar para o abismo da mediocridade e da desesperança.
Não precisa ter Fé para saber que a pandemia deve ser combatida com a ciência.
Não precisa ter fé para eleger representantes para o Congresso Nacional e para o Executivo Federal que prejudiquem o povo.
Não precisa ter fé para acreditar que o Ministro da Saúde mostrou o dedo do meio para os brasileiros.
Não precisa de fé para saber a vergonha que passamos com o nosso Presidente fazendo discurso na ONU. Foi motivo de chacota em todo o mundo. Triste.
A fé que nega a ciência é tão inútil como a ciência que nega a fé.
Parabéns aos religiosos que pregam o amor, a humildade e a tolerância.
Sei que muitos vão criticar este texto, dizendo que é coisa do demônio, mas tenho convicção de que milhões de brasileiros estão sendo enganados por falsos profetas, mesmo sabendo que esses falsos profetas não passam fome, não estão desempregados e não estão nem um pouco preocupados com o futuro do Brasil.
Trevas e falsos profetas uma combinação perfeita para o sofrimento e a dor.
#GOLPE NÃO
TADEU ZERBINI
É economista, especialista em Gestão Pública, professor e consultor
ctzl@uol.com.br