A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, anunciou nesta quinta-feira, 28, que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) vai passar por um processo de reestruturação, incluindo a venda de armazéns. A proposta, segundo ela, é modernizar a instituição. “Nós vamos ter algumas mudanças sim”, disse.
“A gente, às vezes, precisa sair da zona de conforto. Mas nada que seja de maneira radical ou irresponsável. Nós temos que reavaliar a rede de armazéns – onde ele é necessário e onde não é. Não podemos ter empresas públicas que têm um patrimônio enorme e custa mais caro manter o patrimônio do que a utilidade dele”, disse.
Segundo a ministra, a Conab tem uma rede de armazenamento grande, mas muito antiga. “Hoje não faz mais muito sentido você ter alguns desses armazéns porque o produtor rural, as tradings, as empresas de conta grande no Brasil montaram uma grande rede, moderna, e são muito mais ágeis que o poder público.”
Durante a cerimônia de posse da nova diretoria da Conab, Tereza Cristina explicou que alguns dos armazéns em questão serão leiloados pelo poder público pra que a instituição cuide de áreas mais estratégicas e passe a atuar cada vez mais próximo ao produtor.
“Temos que estar muito mais antenados hoje para a modernidade que a agropecuária tem. Cuidar de armazém, cuidar de estoques, é uma coisa do passado. Hoje, temos ferramentas para poder auxiliar nessa política pública, para auxiliar os produtores rurais. Essa parte será realmente mexida.”
Conab
De acordo com o novo presidente da Conab, Newton Araújo, a companhia conta atualmente com cerca de 180 armazéns e pelo menos 67 deles devem ser colocados à venda. Ele disse que ainda não há prazo para que o processo seja concluído, mas que o pedido da ministra é para que a mudança seja rápida.
“Comparativamente com a iniciativa privada, a gente não tem nem 2% da capacidade de armazenamento estático, sem contar com a deficiência que nossos armazéns têm com relação à manutenção. Eles são já bastante antigos, necessitando de manutenção e alguns até sucateados.”
PIB
A ministra avaliou resultado do crescimento de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) como “muito ruim” e defendeu a aprovação de reformas como a da Previdência e a tributária, como alternativa para a recuperação do país.
“Se a gente não mexer nessa estrutura, o Brasil não cresce. É uma demonstração clara de que o Brasil precisa avançar com essas reformas”, defendeu. “Nós temos uma Ferrari, mas temos que pôr gasolina boa. E é isso que está precisando, colocar gasolina nessa Ferrai para fazer ela crescer”, completou. (Paula Laboissière, da Agência Brasil)