Alguém pode ficar contra esse homem? O brilho no olhar, a gesticulação das mãos, a entonação da voz — que voz! Tudo nele transcende a normalidade enfadonha da nossa mediocridade. Segura o microfone num encaixe perfeito dos dedos na base da grade metálica da cápsula, que encosta na boca. Ora pende a cabeça suavemente para um lado, ora a chacoalha freneticamente. Como se, num contínuo de empolgação, do sussurro aveludado de “My Way” passasse a vociferar em nossos ouvidos o arrebatador “Highway to Hell”. No átimo que vai do charme de Sinatra à verve de Angus Young nos seduz e estimula. Eufóricos, aplaudimos capturados por sua aura, que pulsa e se expande do palco para o fundo da rua, da escola, da quadra, do campo, de onde quer que simplesmente fale.
A luz que jorra de seus poros impacta de pronto os espectadores, convertendo-os imediatamente em fiéis seguidores, árduos defensores de seu nome e de suas propostas – sejam quais forem, vindas dele, só podem visar o bem geral –, em dependentes perpétuos de sua orientação para pensar, falar, agir.
Para muito além do discurso, sua energia nos alcança na dor e na necessidade. É sempre dele o auxílio salvífico. Na hora certa. No tempo exato. O hospital que trata, o remédio que cura, o alimento que aplaca a fome, o emprego que põe fim ao desamparo e, Deus nos livre e guarde, se preciso, o caixão para o descanso justo e eterno.
Devolvemos tamanha dedicação não só com o voto certeiro, mas também com as caminhadas voluntárias por todos os recantos, pregando aos que encontramos que existe, sim, um homem bom, disposto a servir ao próximo, a se doar à comunidade. Alguém que desce de seu sublime trono, onde, bem nascido, tem toda a família confortavelmente assentada nas mais elevadas esferas de poder, e que não precisaria voltar sua preocupação aos desfavorecidos se os tesouros desta terra fossem seu único móvel de vida.
Contudo, lamentavelmente tentam deslustrar os passos reluzentes dos que semeiam o bem. Como os que ousam maculá-lo com a pecha de misógino, na vil acusação de ter estapeado Dona Cidinha, a esposa, na mesa do restaurante tão bem frequentado no centro da capital. Imagina! É impensável sequer supor algo tão baixo, se, com aqueles olhos de mel que puxam como ímã, envolve os rostos de nossas mulheres na maciez das mãos de dedos finos, unhas claras, perfeitamente aparadas, e, com a voz de Sinatra, pergunta se pode contar com o apoio delas. Como não?
Tem a história do flagrante com a menor de sua campanha eleitoral num motel fuleiro da periferia de Palmas. Pura lenda urbana! Sem provar, dizem que tudo foi encoberto numa operação abafa urdida por seu amigo governador, que pôs freio em delegado e policiais. Numa absoluta falta de evidências, tergiversam sobre a suposta vítima. A família, revoltada com o episódio, teria se mandado com a garota para nunca mais voltar. Nada de nome, sobrenome, apelido, endereço. Nem de pai, nem de mãe, nem de irmãos… Enfim, só maledicência de opositores. Um autodeclarado amigo aqui, uma pretensa amiga acolá, com postagens esparsas em rede social, logo deletadas, sem mais nem menos, e nunca se ouviu falar de novo dessa gente. Meros aproveitadores que tentaram ganhar importância à custa da difamação de um cristão temente a Deus.
Não se envergonham os que dizem que este filho, irmão, marido e genro dos sonhos de qualquer um se submeteu à vileza de receber seis milhões de reais de empreiteira, por meio de laranjas, num escuso negócio de obra superfaturada? Como a imprensa se presta ao papel de caluniar alguém tão bom e tão amado? Esses sites politiqueiros, todos comprados! Como o Ministério Público se deixa engrupir por tamanha estapafúrdia? Como a Justiça é levada na lábia por tal bizarrice e concede buscas e apreensões aos borbotões? Como a polícia se põe a serviço dos adversários do povo, que só visam o poder pelo poder? Pra quê toda a pirotecnia de giroflex e dezenas de agentes com submetralhadoras na porta de um cidadão que entregou a vida à coletividade?
Conversa mais esdrúxula essa de “rachadinha”! Quem vai dar fé a embuste tão claramente ridículo? A que ponto chega a inveja dos que não conseguem ser luz à sua volta! Só podem ter sido falsificados os extratos com centenas de depósitos fracionados na conta do chefe de gabinete. Ou o bom homem que devotadamente amamos foi traído por aquele que é seu braço direito há mais de quinze anos?
Fato é que não há um só indício digno de crédito que pelo menos chamusque a sólida integridade desse político que pensa diferente, fala diferente e age diferente. Nós acreditamos nisso, e nada e nem ninguém vai nos convencer do contrário.
Agora a manobra ardilosa para torná-lo inelegível. Os oponentes cooptaram promotores e juízes para condená-lo porque sabem que, com seus direitos intactos, não o impedirão de se tornar prefeito desta jovem capital. Usam as milhares de cestas básicas como “prova” de uma fictícia compra de votos. A verdade é que nunca se conformaram em vê-lo queridinho dos desvalidos, idolatrado pelos necessitados, insistentemente buscado pelos infelizes. Por seu espírito solidário, sensível ao sofrimento dos irmãos desprotegidos, sem ter a quem recorrer. Destoante dos demais, que só pensam em si, em vantagens pessoais, em acumular riquezas.
Nas andanças por este estado desigual e injusto se doeu pelos milhares de pobres coitados largados à sorte e resolveu agir, como homem público que é, que zela por sua gente e que nasceu para servir. Mas num país desumano como o nosso é assim mesmo: quem tenta amparar os despossuídos é implacavelmente perseguido pelos poderosos!
Acreditamos piamente no que nos diz esse enviado dos céus para aliviar as nossas dores: seu “crime” foi guardar a instrução do Senhor e alimentar quem tem fome.
Ainda que a Justiça penda a balança da deusa Têmis aos adversários, continuaremos ao lado dele. Aguardaremos o tempo que for preciso para sair novamente às cegas pelas ruas pedindo voto a esse cidadão honrado, dedicado aos mais frágeis, desapegado do poder, privado da própria vida para diuturnamente nos socorrer.
Afinal, o gigante acordou!
Este é um texto de ficção. A história é fruto da imaginação do seu autor. Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações é mera coincidência.