Quem me acompanha nas redes sociais já percebeu: tenho falado cada vez mais sobre saúde emocional. E isso não é por acaso. Hoje, os transtornos emocionais se tornaram um dos maiores desafios do nosso tempo. Estima-se que cerca de 70% da população brasileira enfrente algum tipo de sofrimento psíquico — como ansiedade, fobias, síndromes, transtornos ou depressão. Estamos falando de aproximadamente 150 milhões de pessoas.
Sim, vivemos uma verdadeira pandemia emocional. E, ao contrário de outras que exigiram respostas rápidas e emergenciais, essa tem sido ignorada, silenciada e tratada com descaso. A saúde emocional ainda não é prioridade nas políticas públicas do nosso país — e isso precisa mudar com urgência.
Infelizmente, esse tema raramente aparece nos debates do Congresso Nacional. Faltam projetos consistentes, ações coordenadas e investimentos sérios por parte dos governos e das prefeituras. Milhões de brasileiros estão sofrendo — muitos deles em silêncio — sem apoio, sem acolhimento, sem alternativas.
Quem conhece a minha trajetória sabe que, tanto como prefeita quanto como deputada, sempre trabalhei para melhorar a vida das pessoas. E agora, somando às minhas lutas por educação de qualidade, pelos direitos das mulheres e por justiça social, assumo com firmeza a bandeira do combate à pandemia emocional no nosso país.
Essa é uma causa que venho estudando há muitos anos. Escrevi um livro sobre o tema, baseado em pesquisas do meu pai, que foi psicólogo e uma referência nacional na área da saúde mental. Continuo me especializando, ouvindo histórias reais de sofrimento, solidão e desamparo. Histórias de quem grita por ajuda — e não encontra escuta nem soluções.
Quero ser a voz dessas pessoas. Quero lutar por uma política de saúde emocional sistêmica, permanente e acessível. A saúde integral precisa ser tratada como prioridade — nas famílias, nas escolas, no trabalho. Ninguém merece viver doente, sem orientação, sem acolhimento, sem apoio.
Minha atuação seguirá firme em defesa das mulheres, da educação e dos mais vulneráveis. Mas agora, sobretudo, quero caminhar, também, ao lado de todos que, como eu, querem contribuir para uma sociedade emocionalmente saudável.
Só venceremos esse desafio se estivermos juntos — com coragem, empatia e fé.
NILMAR RUIZ
É presidente do PL Mulher do Tocantins. Foi prefeita de Palmas e deputada federal.