Já caminhamos para o segundo mês após prefeitos e vereadores tomarem posse em seus cargos e alguns governadores fizeram a “reforma administrativa” em seu secretariado. E pasmem: continuamos sem ver uma pessoa com deficiência ocupando algum cargo de chefia, secretário estadual, municipal, vereador, prefeito… Você conhece alguém?
Segundo dados do IBGE, somos mais de 146 mil pessoas com algum tipo de deficiência somente em nosso estado do Tocantins. Por que os gestores não dão oportunidade a essas pessoas? Todos falam que é um “governo para todos” e por que não governar com todos?
Algumas cidades têm avançado muito criando as secretarias do direito racial, cuidado animal (secretaria para cuidar de nossos bichos, mais que necessária) e colocado pessoas da área e com capacidade para gerir tais pastas.
Mas ainda falta uma secretaria que cuide e promova políticas públicas para as pessoas com deficiência e coloque um de nós para gerir, já que se fala tanto em inclusão. Enquanto isso não acontece, vamos quase tendo a certeza de que a maioria ou quase toda a classe política e gestores são capacitistas.
A sociedade nunca imaginava que as pessoas com deficiência fossem sair de suas casas; e saíram, se qualificaram e há muitas dessas pessoas com deficiência com capacidade de gerir uma secretaria. Mas insistem em querer fazer tudo por nós sem ao menos nos convidar para reuniões ou tomada de decisões. Ou seja, tem muitas pessoas sem deficiência falando no lugar das com deficiência.
AGNALDO QUINTINO
É administrador, empreendedor educacional, palestrante, gago, surdo e feliz
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