Após intenso debate, a Assembleia Legislativa resolveu aprovar nesta quinta-feira, 22, a convocação do secretário de Administração, Edson Cabral, e do diretor do Plano de Assistência à Saúde do Servidor (Plansaúde), Ineijaim José Brito, para prestar esclarecimento sobre o Plansaúde, que foi alvo de denúncias em áudio vazado do médico Luciano de Castro Teixeira. Entretanto, a mesma Casa de Leis não quis convocar o secretário extraordinário de Parcerias Público-Privadas e sobrinho do governador Mauro Carlesse (PHS), Claudinei Aparecido Quaresmin, citado no arquivo que viralizou nas redes sociais.
Não tem ligação com o plano
Líder do Palácio Araguaia no Parlamento, Valderez Castelo Branco (PP) indicou voto contrário à convocação de Quaresmin por entender que o secretário nada tem a ver com o objeto da convocação: o plano de saúde do servidor. “Não tem absolutamente nenhuma ligação com o Plansaúde”, defendeu. Por outro lado, a deputado defendeu ser necessário ouvir Edson Cabral e Ineijaim Brito uma vez que a presença dos dois na Assembleia pode “dirimir as dúvidas” e gerar uma “agenda positiva” sobre o serviço oferecido ao funcionalismo estadual.
Apenas para tirar dúvidas
Autor do requerimento que pedia a presença de Quaresmin, Júnior Geo (Pros) argumentou que a medida foi apenas uma extensão à proposta de Valdemar Júnior (MDB) – convocação de Cabral e Ineijaim – devido às denúncias e garantiu que a ideia não é condená-lo. “Não estamos aqui para fazer acusação indevida, mas apenas a apuração dos fatos. E como o secretário também foi citado, que venha apenas para tirar as dúvidas”, defendeu.
Tem que trazer quem é responsável
Contrário à convocação de Quaresmin, Valdemar Júnior esclareceu que o pedido de convocação de Cabral e Ineijaim não tem como objeto apenas o áudio, mas sim tirar dúvidas e cobrar melhorias sobre todo o Plansaúde. As denúncias teriam sido apenas mais um fator motivador. “Eu fiz um pedido para convocar e ouvir as duas pessoas que são responsáveis pelo plano de saúde porque [o áudio] gera a suspeição de algo errado. Então tem que trazer quem é responsável”, argumentou.
Processo eleitoral
Depois de ouvir Zé Roberto (PT) também se manifestar contra a convocação de Quaresmin por entender existir “o devido processo legal” para denúncias, sendo a Polícia e o Ministério Público as órgãos competentes, Gleydson Nato politizou a discussão. “A era digital vai tanto para o lado do bem quanto do mal. Não podemos de forma alguma deixar se levar por um achismo, por um jornalista sem credibilidade. Algumas pessoas elas tentam antecipar o processo eleitoral, tentando deturpar a cabeça das pessoas”, citando uma entrevista de Júnior Geo concedida ao jornalista que também está presente no áudio.
Obrigado pela torcida
Júnior Geo não deixou de responder o colega de Parlamento. “O jornalista veio me pedir uma entrevista e dei. Não sou de fugir de imprensa, para qualquer que seja o assunto, polêmico ou não. Também não disse que sou candidato, mas agradeço vossa excelência [Gleydson Nato] que já está na torcida pela minha pessoa”, ironizou.
Governo não deve
Já deputado Léo Barbosa (SD) também mirou os holofotes para o jornalista e afirmou que o chefe de gabinete do governador, Divino Allan, foi alvo de uma tentativa de extorsão. O deputado chegou a colocar um áudio para ser reproduzido onde teria sido cobrada uma contrapartida do Executivo para que a matéria sobre as denúncias não fossem veiculadas. “Não pagaram porque não devem”, resumiu.
Interlocutores do áudio
Fabion Gomes (PL) também foi para cima dos interlocutores do áudio viralizado. “Quem tem que ser investigado agora é os que denunciaram”, defendeu. Rerisson Macedo (DC) foi no mesmo sentido. “Vejo que a coisa está um pouco invertida. As denúncias são graves, mas tem que ser tratadas com muita responsabilidade. Quem devia ser convocado são as pessoas que estavam falando no áudio atribuindo práticas de crimes a outras”, afirmou.
Vitória esmagadora do governo
Na votação, apenas Júnior Geo votou pela aprovação da convocação de Quaresmin, o restante rejeitou a proposta. Estavam no Plenário: Nilton Franco (MDB), Valderez Castelo Branco (PP), Gleydson Nato (PHS), Vanda Monteiro (PSL), Luana Ribeiro (PSDB), Jair Farias (MDB), Zé Roberto (PT), Amélio Cayres (SD), Cleiton Cardoso (PTC), Ivan Vaqueiro (PPS), Rerrison Macedo (DC), Elenil da Penha (MDB), Vilmar de Oliveira (SD), Claudia Lelis (PV), Leo Barbosa (SD) e Fabion Gomes (PL), Valdemar Júnior (MDB) e Amália Santana (PT).
Aprovado
Já a convocação de Edson Cabral e Ineijaim José Brito proposta por Valdemar Júnior foi aprovada com tranquilidade após própria líder do governo se manifestar favorável. Apenas Fabion Gomes foi contrário. Os dois devem ser ouvidos na terça-feira, 27, pelos deputados estaduais.