A sessão extraordinária da Assembleia Legislativa (Aleto) que iria confirmar o andamento do processo de impeachment contra Mauro Carlesse (PSL) acabou por ler a carta de renúncia do então chefe do Executivo. O social liberal informou o desejo de deixar o cargo por volta das 14 horas e 40 minutos desta sexta-feira, 11, pouco antes da reunião dos deputados. Com isto, Wanderlei Barbosa (Republicanos) assume definitivamente o cargo de governador do Tocantins. A posse está marcada para às 20 horas, na Casa de Leis.
Injusto processo de impeachment
No pedido de renúncia, Mauro Carlesse destaca a “abnegação ao cargo” e afirma que o objetivo é defender-se dos processos judiciais que responde e que foram responsáveis pelo afastamento de forma “serena e tranquila”. O social liberal também fala em “evitar uma crise institucional”. “[…] Decorrente da exposição desnecessária dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do Tocantins – pilares de uma democracia plena – na candente discussão político-jurídica sobre os temas que envolvem um injusto processo de impeachment”, argumentou. O texto foi lido pelo primeiro secretário da Casa de Leis, Jair Farias (MDB).
Arquivamento do processo de impeachment
Em seguida, o presidente da Casa de Leis, Antônio Andrade (PSL), declarou vago o cargo de governador do Tocantins e, consequentemente, declarou extinto o processo que visa apurar crime de responsabilidade de Mauro Carlesse, determinando que os autos fossem encaminhados ao arquivo.
Sou inocente
A Assembleia Legislativa ainda abriu espaço para que o advogado Juvenal Klayber fizesse a leitura da mensagem de Mauro Carlesse. O texto fez uma longa lista das ações do governo do social liberal, dando destaque principalmente ao enquadramento fiscal do Estado. O político também negou a prática de qualquer irregularidade. “Sou inocente. Vou repetir, sou inocente. Quem me acusa precisa apresentar provas, o que não aconteceu até nesse momento”, disse. Apesar de reconhecer a ajuda do Parlamento durante o mandato, o social liberal não deixou de criticar a decisão de acatar o processo de impeachment. “Infelizmente o tempo é implacável. Já me tiraram 5 meses de mandato, e agora essa Casa – que tanto foi parceira – se prepara para caçar o voto dos mais 400 mil tocantinenses, sem que as investigações tenham chegado ao seu fim, sem que o processo tenha provas contra mim”, acrescentou.
Ouça a íntegra da mensagem de Mauro Carlesse lida por Juvenal Klayber: