Ex-presidente do Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO) aposentada compulsoriamente em 2012, Willamara Leila de Almeida concedeu entrevista ao site do jornal O Estado de São Paulo nesta segunda-feira, 16, para falar da punição que recebeu após ter sido alvo da Operação Maet, da Polícia Federal, que investigou esquema de venda de sentença e fraude em cobrança de precatórios. “Não é um prêmio, como muitas pessoas acham. Para mim, é castigo, mesmo recebendo um valor por mês sem trabalhar”, disse ao veículo paulista,
Willamara Leila de Almeida disse que “vive em enclausurada” desde que foi afastada da magistratura. “Era exposta na mídia por coisas boas, depois comecei a ser exposta por coisas ruins. Fui expulsa do meu cargo, não tive condição de me defender. É um sofrimento que não tem como descrever. Fui afastada há sete anos. Estava no pleno exercício da presidência. Minha condenação foi algo que deixaram prescrever para não absolver”, afirmou.
Na avaliação de Wilamara Leila, há política e corporativismo está “infiltrada nós tribunais”. “Gostaria de ter sido julgada no primeiro ano, ainda que fosse condenada, para não viver nessa pseudo prisão. Isso é um mal muito maior para o réu do que se tivesse sido julgada com celeridade. Para quem tem o que temer, é bom. Quanto mais tempo melhor. No meu caso, não”, comentou.
Wilamara Leila vê a decisão pela aposentadoria como sendo “eminentemente política”. “Estava fazendo um trabalho. Em um ano e dez meses, inaugurei dez fóruns. Construí 60 em todas as cidades. Isso para os políticos… Eu fiquei com uma visibilidade tão grande que acharam que eu era candidata”, comentou.
Por fim, a magistrada aposentada revela que entrou com processo para anular a aposentadoria e que “luta” para ter o registro da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu pela aposentadoria compulsória de Wilamara Leila em 2012 e, três anos depois, ela foi condenada pela Justiça a 5 anos e 10 meses de prisão em regime semiaberto por peculato e porte ilegal de arma. Em maio deste ano, porém, o Tribunal de Justiça reduziu a pena para 2 anos e 8 meses e declarou extinta a punição.