A gestão do presidente Jair Bolsonaro tem a aprovação de 24% dos brasileiros, uma queda de seis pontos percentuais na comparação com a pesquisa anterior, mostrou o Instituto Datafolha nesta quarta-feira, 12. O índice é o pior desde o início do mandato em janeiro de 2019.
Segundo a enquete, 45% consideram o governo ruim ou péssimo e 30% avaliam como regular. 1% não quis ou não soube opinar. Ainda conforme o Datafolha, essa é a primeira vez que a avaliação apresenta o maior percentual de rejeição já registrado e a pior aprovação.
Na série histórica desde a redemocratização, em 1988, o índice de rejeição só não é pior do que com Fernando Collor de Mello que, na mesma época do mandato em 1992, tinha 68% de reprovação popular e apenas 9% de aprovação.
O Datafolha também segmentou a pesquisa e mostra que a aprovação é maior entre homens (29%) do que entre as mulheres (21%). Por faixa etária, o maior índice positivo é entre quem tem mais de 60 anos (29%) e o pior entre os jovens de 16 a 24 anos (13%).
A maior rejeição está entre quem recebe mais de 10 salários mínimos, sendo que 63% consideram o governo ruim ou péssimo.
Entre os mais pobres, que recebem até dois salários mínimos, o índice também é alto e está em 45%. Por escolaridade, 57% dos que têm ensino superior rejeitam o governo Bolsonaro, taxa que cai para 40% entre aqueles que têm só o ensino fundamental.
Por regiões, as maiores reprovações estão no Nordeste (51%) e Sudeste (47%) e os maiores apoios estão no Centro-Oeste e no Norte (31%).
Foram ouvidas 2.071 pessoas em 146 municípios nessas terça, 11, e quarta-feira, 12. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais.
Eleições 2022
O Instituto Datafolha também avaliou a corrida presidencial para 2022 e o cenário não é bom para Bolsonaro.
A pesquisa mostra que 41% das intenções de voto no primeiro turno vão para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teve seus direitos políticos restabelecidos recentemente. O atual mandatário tem 23% das intenções.
Os demais possíveis postulantes ao cargo de chefe de Estado não chegam a 10%: o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro tem 7%, Ciro Gomes (PDT) aparece com 6%, o apresentador Luciano Huck tem 4%, o atual governador de São Paulo, João Doria (PSDB), tem 3% e o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) e o empresário João Amoêdo (Novo) tem 2% das intenções de voto.
Dos entrevistados, 9% disseram que votarão branco ou nulo e 4% se disseram indecisos.
Já no segundo turno, Lula venceria com 55% dos votos contra 32% de Bolsonaro. O petista ainda venceria Moro (53% a 33%) e Doria (57% a 21%).
O atual presidente empataria tecnicamente com o governador de São Paulo (39% a 40%) e perderia para Ciro (36% a 48%).