O candidato ao governo do Estado da eleição suplementar Mário Lúcio de Avelar (Psol) se manifestou à imprensa nesta segunda-feira, 14, afirmando ser muito questionado por não atuar mais no Estado como membro do Ministério Público Federal (MPF). O procurador licenciado não cita o nome do também postulante à cadeira do Palácio Araguaia Carlos Amastha (PSB), mas seu posicionamento parece rebater a fala do ex-prefeito de Palmas que, em entrevista ao CT, disse que uma das coisas que o diferenciava de seus adversários era a “paixão” pelo Tocantins e pelos tocantinenses, já que “alguns deles sequer moram aqui, como é o caso do Marlon e do Mário Lúcio”.
Avelar alegou que deixou de atuar no Tocantins porque “vinha sofrendo seguidas ameaças de morte”. “Eu saí daqui porque perdi as condições de trabalho. Teve todo um jogo de cena aí, com apoio do governo do Estado na época. Existiam frequentes ameaças de morte, uma vez meu carro foi cercado por pistoleiros, mas nesse dia o veículo estava com outra pessoa”, contou Mário Lúcio.
O candidato relatou que, após deixar o Tocantins, foi transferido provisoriamente para Brasília (DF). “Na época, fiquei um ano por lá e depois fui para o estado de Mato Grosso. Foi um momento de bastante reflexão, o que me fez ter vontade de voltar ao Estado para continuar esse trabalho que já desenvolvia na Procuradoria da República”, disse.
Em seu trabalho de combate à corrupção, o candidato do Psol lembrou que atuou vários anos na região de Araguacema. Segundo ele, sua atuação “importunou a vida dos poderosos” que dominavam a política tocantinense no início do Estado. “Há 25 anos meu título de eleitor é de Palmas. Meu domicílio eleitoral é o Tocantins, além de manter outros vínculos com o Estado e com a cidade. Fui aprovado no concurso de promotor de Justiça e atuei por vários anos na região de Araguacema, como também percorri todo o Vale do Araguaia e, ainda, o Bico do Papagaio. Foram anos de lutas e dificuldades”, contou.
“Três anos depois assumi e praticamente implantei a Procuradoria da República no Tocantins. O Estado também estava em fase de implantação e havia um enorme aporte de recursos federais visando a consolidação do Tocantins. O fato das verbas terem como origem a União Federal me ligava diretamente à forma como eram gastos e investidos esses recursos”, acrescentou Mário Lúcio.
Despachar dos hospitais
O candidato aproveitou para ressaltar que é o único nome da eleição suplementar que tem chances de transformar o Tocantins em um Estado “mais justo e com ações voltadas para o povo”. Também numa implícita resposta a fala de Amastha, o procurador licenciado afirmou que suas propostas não são “fantasiosas” e que não precisa “despachar em hospitais”.
“Minhas propostas não são populistas e fantasiosas. Não preciso despachar em hospitais, mas no meu governo vou passar a saúde a limpo. Prometo varrer a sujeira de contratos e negociatas que drenam os recursos do setor. Faltam propostas e sobra demagogia no que se vê por aí”, criticou.
O ex-prefeito de Palmas avisou durante a entrevista que, se eleito, quem quiser falar com o governador vai ter que procurá-lo dentro dos hospitais: “Vou despachar o primeiro mês dentro do HGP em Palmas e nos hospitais regionais. Quero entender para resolver” explicou. Amastha disse que quer saber “qual é o mistério” da crise da saúde.