É preciso dar a César o que é de César. E no caso do empréstimo internacional de US$ 60 milhões (cerca de R$ 236,38 milhões) para a Prefeitura de Palmas, junto à Corporação Andina de Fomento (CAF), aprovado pelo Senado nessa terça-feira, 27, grande parte do mérito é do ex-prefeito Carlos Amastha (PSB). Ele sempre se mostrou muito empolgado com esta operação, pela qual investiu muito em sua enorme rede internacional de relacionamentos.
[bs-quote quote=”A força política é a medida que diz se o líder pode prescindir de determinadas relações, de forma pragmática, ou se precisa delas para se robustecer. Ignorar esse princípio é pedir para ser excluído da vida pública” style=”default” align=”right” author_name=”CLEBER TOLEDO” author_job=”É jornalista e editor do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/CTAdemir60.jpg”][/bs-quote]
Se bem aplicados, esses recursos serão fundamentais para dar outra cara a Palmas nos próximos quatro anos e para a melhoria de qualidade de vida de sua população. A torcida é para que a prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB) consiga otimizar ao máximo esses investimentos, bem como o seu sucessor, que pode ser ela própria, caso seja reeleita em 2020.
Uma lição importante da celeridade com que esse pedido de empréstimo tramitou em Brasília é a necessidade de não só ser tecnicamente competente e bem relacionado externamente, como o ex-prefeito Carlos Amastha mostrou. É imprescindível também cultivar boas relações na “província”. Ou seja, ficou claro como o apoio dos políticos regionais pode fazer uma diferença enorme no sucesso da gestão.
Se de um lado Amastha mostrou competência para desenvolver o projeto e conseguir apoio internacional para a sua viabilização, de outro, Cinthia conseguiu com que a matéria fluísse de forma extremamente célere graças ao excelente relacionamento que construiu com a bancada federal.
Enquanto Amastha, a seu modo, não a teve a paciência necessária para conquistar o apoio do que ele mesmo chamava de “velha política”, a qual rotineiramente atacava em suas redes sociais, Cinthia, desde a posse, vem buscando a bancada federal para impulsionar sua gestão.
Em Brasília, o valor de face de um prefeito é muito baixo. Por isso, prescindir da ajuda de senadores e deputados é inútil e só vai criar obstáculos enormes à administração dos municípios, que já têm suas cargas naturais e excessivas de problemas. Por que o governo federal, que precisa manter um excelente relacionamento com o Congresso, vai atropelar parlamentares de sua base para atender prefeito de uma capital pequena, considerado adversário dos aliados do Palácio do Planalto? Os poucos afeitos à política podem estranhar essa relação, mas isso é muito natural. Política é, sobretudo, relacionamento humano, e os resultados que ela possa dar são frutos de como o agente convive com eleitores e autoridades.
A força política é a medida que diz se o líder pode prescindir de determinadas relações, de forma pragmática, ou se precisa delas para se robustecer. Ignorar esse princípio é pedir para ser excluído da vida pública, e muitos estão num limiar nada confortável das carreiras por supor que já alcançaram um vigor a ponto de se darem ao capricho de desprezar essa verdade.
De toda forma, a vitória é de Palmas e da união das autoridades envolvidas pelo bem coletivo. E o mérito deve ser devidamente compartilhado por todos os articuladores deste grande presente para os 30 anos que a Capital vai comemorar em 2019.
Assim, parabéns ao ex-prefeito Carlos Amastha, à prefeita Cinthia Ribeiro e aos membros da bancada federal que se empenharam para que a tramitação desse empréstimo tivesse celeridade.
Essa união política é altamente positiva para o desenvolvimento do Tocantins.
CT, Palmas, 28 de novembro de 2018.