O governador Mauro Carlesse trocará o PHS nesta quinta-feira, 30, pelo Democratas (DEM). Seu atual partido, que presidido pelo próprio governador no Estado, está fadado ao fim por não ter conseguido superar a cláusula de desempenho nas eleições do ano passado. A definição pelo DEM foi de intensa movimentação de bastidores, capitaneada pelo deputado federal Carlos Gaguim.
[bs-quote quote=”O DEM crescerá significativamente no Tocantins e tem todas as condições de se tornar o maior partido do Estado, já que receberá fileiras de prefeitos a partir de agora” style=”default” align=”right” author_name=”CLEBER TOLEDO” author_job=”É jornalista e editor do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2018/02/CTAdemir60.jpg”][/bs-quote]
A executiva nacional tinha enorme interesse em levar Carlesse para o DEM, que, com ele, chega a três governadores — os outros dois são Ronaldo Caiado, em Goiás; e Mauro Mendes, em Mato Grosso. O tocantinense, porém, não aporta no partido como queria, na presidência regional, que continuará nas mãos da deputada federal Dorinha Seabra Rezende. De toda forma, como reconhecimento da importância de sua filiação, Carlesse ocupará uma das vice-presidências nacionais do DEM.
Para além dos imbróglios regionais, o importante é entender o momento em que Carlesse chega ao Democratas e o significado político disso para o Tocantins. Afinal, a filiação de um governador não deve ser encarada como mera troca de legendas, mas do ponto de vista dos resultados práticos que poderá acarretar para o Estado. Nesse aspecto, o governo e o Tocantins, podem ter muito a ganhar com o pragmatismo de Carlesse.
Do ponto de vista da identidade pessoal, o governador tocantinense é um liberal, a doutrina que sustenta o Democratas, e vem mostrando esse perfil em sua prática de governo, ao adotar duras, e bem-vindas, medidas de austeridade para o ajuste fiscal do Tocantins.
Do ponto de vista político, o DEM é hoje o partido mais fortalecido junto ao Palácio do Planalto. Ocupa um posto estratégico no centro de comando do País, com Onyx Lorenzoni como ministro-chefe da Casa Civil, além de outros dois ministérios de suma importância para o Tocantins, o da Saúde, com Luiz Mandetta, e o da Agricultura, com Tereza Cristina. Fora do Planalto e da Esplanada dos Ministérios, é importante ressaltar que são também os democratas que comandam as duas casas legislativas, com Rodrigo Maia (RJ) na Câmara e Davi Alcolumbre (AP) no Senado.
Assim, de um lado, Carlesse passa a integrar o partido que desfruta de todos os espaços privilegiados do Poder, o que facilitará em muito os trâmites dos processos de interesse do Tocantins e a conquista de mais benefícios para o Estado; e, de outro, o governador reduz a dependência que tem da bancada federal, que é claro que dá uma enorme contribuição, mas dentro de sua lógica também pragmática.
Por isso, ainda que chegue ao DEM sem o comando regional — como ouvi de um importante político nessa quarta-feira, 29, a obsessão em dominar a estrutura partidária é para aqueles que não desfrutam da segurança de ter votos —, Carlesse será recebido nesta quinta-feira com tapete vermelho pela alta cúpula do partido, já que um governador acrescenta, e muito, brilho à vitrine partidária.
Além disso, com ele, o DEM crescerá significativamente no Tocantins e tem todas as condições de se tornar o maior partido do Estado, já que receberá fileiras de prefeitos a partir de agora. Os mais entusiasmados chegam a falar na filiação de 50 chefes de Executivos municipais.
O importante é que o Tocantins ganhe ainda mais respaldo político em Brasília, para que este período de ascensão do DEM possa contribuir para o Estado reencontrar o trilhos do desenvolvimento.
CT, Palmas, 30 de maio de 2019.