A Câmara de Lagoa da Confusão aprovou na noite dessa quinta-feira, 25, uma moção de repúdio contra o prefeito Nelsinho Moreira (MDB) pela ação de entrega de alimentos na Aldeia JK. O emedebista foi acusado pela indígena Narubia Werreria, da etnia Karajá, de ter desrespeitado a barreira sanitária feita pela própria comunidade para evitar a proliferação da Covid-19. A iniciativa foi aprovada por unanimidade pelos vereadores.
Casos na prefeitura
A moção de repúdio destaca a gravidade da ação, visto que há registros de servidores da prefeitura com Covid-19. No documento, os vereadores ainda lembram que na localidade reside o vereador João Werreria, que, inclusive, foi dispensado de participar das sessões presenciais justamente por fazer parte do grupo de risco. Os vereadores entendem que o prefeito “não levou em consideração” tais fatores. Conforme o boletim epidemiológico municipal de quinta-feira, 25, já são 31 pessoas diagnosticadas com o novo coronavírus.
Paço nega descumprimento
Em nota à Coluna do CT, a Prefeitura de Lagoa da Confusão negou desrespeito à barreira e disse que apenas parte da equipe fez o processo de entrega dos alimento e garantiu que todos passaram por avaliação médica prévia.
Confira a íntegra da nota:
“NOTA DE ESCLARECIMENTO
Sobre a ação da Prefeitura de Lagoa da Confusão, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e Habitação, informamos que o projeto “Inclusão e Ação” acontece, anualmente, desde o primeiro ano da atual gestão.
Durante a pandemia, o projeto foi reformulado e, além de alimentos, a Prefeitura de Lagoa da Confusão leva máscaras e álcool em gel para as aldeias,visando a garantia de direitos aos povos indígenas.
Antes de se deslocar para a aldeia, a equipe passou por prévia avaliação médica. Respeitando as ordens indígenas, apenas parte da equipe foi autorizada a entrar na aldeia. O restante da equipe esteve no local apenas como apoio. É importante ressaltar que a ação realizada pela Prefeitura recebe o respaldo da Funai.
O prefeito Nelsinho Moreira e sua esposa, a primeira-dama e secretária de Assistência Social e Habitação Rafaela Moreira, concordam e apoiam a barreira sanitária instalada no local. Eles apenas lamentam a falta de diálogo de uma das indígenas.”