O governador Mauro Carlesse (PSL) concedeu nessa terça-feira, 5, entrevista ao Programa do Kaká, da rádio pública do Estado 96 FM, que está dando o que falar nos bastidores da política. Ele disse que é pré-candidato à reeleição em 2022, apesar de, pelo entendimento jurídico, estar impedido de disputar, uma vez que em 2018 Carlesse foi alçado duas vezes ao Palácio Araguaia, em junho com o pleito tampão para substituir o ex-governador Marcelo Miranda (MDB), cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em março; e em outubro, na disputa ordinária. “Para dar continuidade ao trabalho que estamos fazendo, eu sou candidato à reeleição, mesmo com toda dificuldade jurídica, estamos trabalhando para isso”, avisou o governador.
Estudo jurídico
Conforme a Coluna do CT antecipou em 13 de setembro, um estudo jurídico junto a um importante escritório de advocacia tenta encontrar brechas na legislação eleitoral para que Carlesse possa concorrer ao governo do Tocantins novamente no ano que vem. Na época, as fontes do Palácio Araguaia admitiram o pedido do estudo, mas negaram que ele tenha partido do governo.
De fora da política
No entanto, no Programa do Kaká, Carlesse considerou a possibilidade de não encontrar saída jurídica para o seu caso. Nesse caso, pensa num nome técnico, de fora da política. Ele disse que, se for mesmo impedido de disputar, vai indicar alguém para dar continuidade a seu trabalho. “Temos pessoas com alta capacidade, que não é político, que está aí à disposição em um projeto que é viável, é possível, que já começou e agora é só dar continuidade. Esse estado não pode sofrer como antes”, defendeu Carlesse.
Disparos contra os adversários
O governador também disparou contra seus adversários. Foram três os alvos, os senadores Kátia Abreu (PP) e Irajá (PSD) e o deputado federal Vicentinho Júnior. “Eu até entendo que quando o adversário não tem competência ele tenha que partir para a agressão, pois eles nunca fizeram lá atrás”, afirmou.
30 anos e nunca fizeram
Segundo Carlesse, Vicentinho foi à tribuna dizendo que seu governo iria fechar as UTIs de Porto Nacional. “Mas a família dele ficou 30 anos, como senador, como deputado e nunca fez e o povo vê isso”, avisou. Recentemente, a Secretaria Estadual da Saúde anunciou que as UTIs de Porto instaladas por conta da Covid-19 permanecerão para atender a população daquela região como leitos convencionais.
R$ 20 milhões para outros Estados
O governador ainda voltou a citar o caso das emendas de R$ 20 milhões que Vicentinho enviou para outros Estados, e que já havia sido motivo de uma discussão pública entre eles na visita do ministro do Turismo, Gilson Machado Neto, a Porto Nacional em julho. “Esses que criticam o Carlesse 24 horas nenhuma vez disseram assim: estou te mandando dinheiro para o hospital, tô te mandando um dinheiro. Ao contrário, eles mandaram dinheiro para outros estados. Vicentinho Júnior deu R$ 20 milhões para outro estado na pandemia. Aí você fica pensando: quem são essas pessoas que me criticam? Criticam por que não tem capacidade”, afirmou Carlesse.
Só para as famílias
Sobre Kátia e Irajá, o governador os citou quando disse que “essas pessoas nunca produziram nada dentro desse Estado que não seja para suas famílias”. Kátia Abreu, Irajá, que o que tem é de política. Eles não têm outras coisas a não ser da política. A política para eles é um negócio. No meu caso, não é um negócio. A política pra mim é desejo de melhorar, é desejo de construir, é desejo de mostrar que é possível mudar esse estado”, disparou.
Contra o curso de medicina
Segundo ele, a senadora Kátia Abreu teria se colocado contra a implantação do curso de medicina em Augustinópolis, pela Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), cujas aulas começaram dia 13 de setembro. “A senadora Kátia Abreu foi totalmente contra. Ela chegou a fazer visitas em algumas áreas, no conselho, para impedir a instalação do curso em Augustinópolis. Está aí o resultado. As pessoas vêm que esse tipo de políticos antigos, eles não têm nada a não ser interesses próprios. Eles são contra tudo o que o governo está fazendo, mas nunca fizeram nada. Nunca sentaram em uma mesa para discutir um projeto bom para o estado. Agora, acabou essa política”, garantiu.
Outro lado
À Coluna do CT, a senadora rebateu a crítica de Carlesse com a seguinte nota: “Carlesse diz que nunca fizemos nada. Sobre ele, só tenho a dizer que, além de não ter feito nada, roubou tudo. O que é seu está guardado, pois esse país tem justiça. Pode tardar mas não faltará. Graças aos oito deputados federais e aos três senadores nossos municípios estão indo muito bem”.
Critica enquanto faz obras com recursos da bancada
Vicentinho Júnior questionou as críticas do governador enquanto executa, segundo o parlamentar, várias obras com emendas da bancada. Ele citou o caso da sede do Batalhão do Corpo de Bombeiros; de recursos para Segurança Publica, além do maquinários entregue para os 139 municípios, ônibus escolares para todas as prefeituras, recursos para o combate à Covid-19, para aquisição de armas.”Dentre outros recursos direcionados pela Bancada Federal direto para o governo do Tocantins, além de inúmeras entregas e direcionamentos de recursos para os municípios tocantinenses”, afirmou o deputado. [Confira ao final todos os posts dele em resposta ao governador]
Assista a íntegra da entrevista:
Posts de Vicentinho Júnior em resposta a Carlesse: