A prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB) convocou coletiva no fim da tarde desta terça-feira, 14, para esclarecer o posicionamento de Palmas diante do decreto do governo estadual que recomenda aos municípios a flexibilização das medidas de contenção contra a Covid-19 para permitir a reabertura dos estabelecimentos comerciais não essenciais. A gestora tucana se disse “desconfortável” em seguir as orientações do Palácio Araguaia e confirmou manterá o plano de descontingenciamento estratégico elaborado pelo Paço.
Disparidade
Cinthia Ribeiro reforçou os questionamentos que já tem feito, como a falta de consulta aos municípios sobre a decisão e o referendo de órgãos de controle que até então estavam recomendando o endurecimento do isolamento social. Além disto, a prefeita viu “disparidade” entre o que diz os boletins e o decreto do governo. “Nos trazem números que nos deixam um pouco desconfortáveis a seguir esta recomendação. Não sentimos segurança”, resumiu.
Números
A prefeita aponta que em um boletins epidemiológicos citados pelo governo estadual para fundamentar a flexibilização é apresentado que a taxa de letalidade do Covid-19 no mundo é de 5,6% e que no Brasil chega a 4,6%, dados que fizeram a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centro de Operação de Emergência do Brasil (COE) considerar a doença de risco muito alto. Paralelo a isto, Cinthia Ribeiro destaca que, apesar da incidência de diagnóstico do novo coronavírus no Estado ser de 1,7 para cada 100 mil habitantes, essa proporção sobe para 5,45 na Capital.
Plano de descontingenciamento estratégico
Cinthia Ribeiro reforçou que Palmas segue um plano estratégico de descontingenciamento, executado paulatinamente conforme o avanço ou recuo da crise. “Nós temos que voltar à normalidade, mas com análise técnica dos dados da OMS, do Ministério da Saúde. É o que temos para dar este norte”, defendeu a prefeita, citando a reabertura das feiras e das lotéricas passos deste planejamento. Na coletiva, a gestora adiantou que o segmento da construção civil terá setores beneficiados ainda nesta semana, mas não adiantou.
Testes parados na importadora
Questionada pela Coluna do CT, Cinthia Ribeiro defendeu a necessidade de testagens mais amplas de Covid-19. Entretanto, a gestora admite que vasta testagem não foi possível porque os exames comprados pelo município ainda não chegaram. “Não é dúvida para ninguém, o mundo inteiro está comprando testes rápidos. Se existe subnotificação em São Paulo, imagina no Tocantins? É claro que existe. Munido de todos os amparos legais nós fizemos a compra de cerca de 6 mil testes rápidos. Esses são importados e estão parados na importadora aguardando a liberação da Anvisa há uma semana. Ou seja, a mesma dificuldade que Palmas está tendo, outros estão tendo”, relatou.
Momento de alinhar discurso para tranquilizar população
Do ponto de vista político, Cinthia Ribeiro negou que a coletiva seja uma espécie de “recado” ao governador Mauro Carlesse (DEM) e pregou a união entre os entes federados para evitar “briga onde não é para ter”. “Não podemos ter mais conflitos de ideias. Precisamos do alinhamento de discurso para trazer tranquilidade à população. Não é lugar para palanques, para partido, e hora de unificar”, reforçou.