O clima esquentou entre o governador Mauro Carlesse (DEM) e o deputado estadual Elenil da Penha (MDB) no Palácio, na manhã desta quinta-feira, 19. Os dois travaram uma áspera discussão por cerca de meia hora na frente de outros 14 deputados e dos representantes de Poderes e órgãos do Estado.
Austeridade e opinião pública
Conforme as testemunhas, a reunião era para discutir a data-base dos Poderes, já que os servidores pressionam, e Carlesse defendeu austeridade e falou do momento difícil vivido pelo Estado. Elenil, então, demonstrou sua preocupação com a imagem dos deputados diante da opinião pública. O governador respondeu que o parlamentar deveria se preocupar com a situação do Estado e não com votos.
Voz alterada
Foi quando Elenil se irritou e disse que o governador não manda nele e que respeitasse os votos que ele obteve como deputado. Aí os dois passaram a discutir em voz alterada.
As testemunhas
Entre as testemunhas, além dos outros 14 parlamentares, o procurador-geral de Justiça, José Omar de Almeida Júnior; o defensor público geral do Estado, Fábio Monteiro, e o conselheiro Alberto Sevilha, representando o Tribunal de Contas (TCE).
Abraços e aparentemente bem
Com todos pedindo calma, Carlesse e Elenil pararam discutir depois de cerca de meia hora de clima tenso e os chefes dos Poderes se retiraram. Então, foi feita uma reunião só entre governador e os parlamentares para que chegassem a um entendimento. Os dois contendores, então, se abraçaram e tudo ficou aparentemente bem.
Aproximação nas eleições
Governador e deputado se aproximaram somente nas eleições ordinárias do ano passado. Mas, quando o democrata ainda estava na Assembleia, Elenil era do grupo fiel ao Palácio Araguaia, na época sob comando de Marcelo Miranda (MDB), contra quem o então presidente do Legislativo, Mauro Carlesse, se punha. Com a cassação de Marcelo, Elenil apoiou a candidatura de Vicentinho Alves (PL), na eleição suplementar, ficando até contra seu principal aliado em Araguaína, o prefeito Ronaldo Dimas (sem partido), que se colocou ao lado do governador interino. Somente na ordinária de outubro que o deputado foi para o palanque de Carlesse.