O clima na Secretaria Estadual da Infraestrutura, Cidades e Habitação (Seinf) está para lá de tenso. No próprio primeiro escalão do governo Mauro Carlesse (DEM), o comentário geral é de que o secretário Renato Assunção teria entregue sua carta de exoneração ao chefe de gabinete do governador, Divino Alan, que não a aceitou. Assunção agora estaria tentando falar com o governador.
Sem confronto
Divino Alan disse à Coluna do CT que Renato Assunção protocolou o pedido de exoneração, mas o governador pediu que ele aguardasse para despachar o assunto nesta segunda-feira, 5. Conforme o chefe de Gabinete, não existe um “clima de confronto” entre Assunção e Quaresmin e Carlesse tem “um carinho especial” pelo secretário, a quem vê como “um profissional muito competente”.
Sobrinho de Carlesse, a eminência parda
Conforme secretários próximos ao governador, a pressão pela saída de Assunção partiria do sobrinho de Carlesse, homem forte do Palácio e a principal eminência parda da gestão, Claudinei Quaresmin, que ocupa atualmente uma secretaria extraordinária qualquer, de Parcerias Público-Privadas, mas com poder que se estende por toda a administração estadual.
Não é teleguiado
Quaresmin foi secretário de Infraestrutura até o final do ano. Na formação da nova equipe, Carlesse trouxe Renato Assunção, então secretário-chefe do Escritório de Representação do Estado em Brasília, pasta extinta. Ele é muito respeitado (e disputado) tanto no Tocantins quanto em Brasília. No entanto, palacianos disseram à Coluna do CT, que justamente é este o problema: Assunção não admite ser teleguiado e, por isso, teria caído em desgraça junto a Quaresmin, que agora quer de todo jeito a troca de secretário para voltar a ter comando da pasta.
“Sobrinho será delatado”
Quaresmin foi alvo das críticas do deputado federal Vicentinho Júnior (PL) em vídeo no Instagram, no início de julho. O parlamentar sugeriu que o sobrinho do governador será “delatado” pelo superintendente da Agência Tocantinense de Transportes e Obras (Ageto), Geraldo Pereira da Silva Filho, preso em Minas Gerais por suspeita de fraudes em reformas de imóveis públicos e obras de pavimentação asfáltica. O deputado afirmou que a Polícia Civil identificou conversa entre os dois após apreender celulares na Operação Via Avaritia.
- Matéria atualizada às 13h42