Emedebista histórico e aliado de primeira hora de Marcelo Miranda (MDB), Derval de Paiva conversou com a Coluna do CT nesta quinta-feira, 20, para repercutir a liberdade do ex-governador, que deixou o Comando Geral da Polícia Militar após 146 dias preso. Ele é o primeiro dos líderes do Movimento Democrático Brasileiro a tratar do tema e se vê com autoridade para isto. “Eu tenho condições de falar pelo MDB e pelo emedebismo. Acho que tenho outorga em função dos caminhos percorridos”, disse.
Liberdade ainda que tardia
Sobre a prisão em si, Derval de Paiva foi categórico em classificá-la como uma “injustiça” e, mais ainda, o tempo dela. “Não teve sentido este tempo todo. A gente sabe que é um processo que teve cara de maquiagem. Maquiaram para chegar a este resultado [a prisão]. Mas tem o bom senso daqui e a Justiça divina. Isto foi a soma destes poderes e demorou muito. Mas enfim, liberdade ainda que tardia”, filosofou. O emedebista ainda disse esperar que agora os trâmites corram com “mais equilíbrio”.
Prisão não trará prejuízos eleitorais
Derval de Paiva garante que Marcelo Miranda não teve a imagem prejudicada perante à militância, e cita que o ex-governador responde a processos desde 2003 e que, mesmo cassado, já foi eleito por mais duas vezes. Para ele, as pessoas ainda confiam nele. “A sociedade já conhece o Marcelo de longas datas. Não vejo prejuízo eleitoral por parte dele, só houve um cerceamento de liberdade excessivo. E neste período houve um clamor grande da sociedade que interpelou o porquê disso, da demora”, exemplificou.
Cautela para saber o melhor caminho
Para Derval, não é possível afastar o ex-governador da política partidária. “Percebo que ele está disposto a qualquer momento, se for preciso, é só chamá-lo. É efetivamente um animal político, mais do que Aristóteles pregou. Respira política e desde menino estava sempre neste processo”, decretou o amigo, que, ao mesmo tempo, ponderou um retorno imediato. “Sei que a política faz muita falta para ele, mas as cautelas que ele deve ter serão levadas ao universo político e jurídico para saber qual será o melhor caminho. Mas que ajuda demais da conta, ajuda”, concluiu.