O deputado estadual Paulo Mourão (PT) deixará a Assembleia Legislativa no dia 1º. Candidato a senador em 2018, ele não conseguiu a eleição. Nesta entrevista ao Podcast CT, Mourão avaliou o pacote de ajuste que vem sendo preparado pelo governo, com as medidas de exoneração de pessoal já anunciadas na posse do governo Mauro Carlesse (PHS).
O parlamentar disse ter dúvidas se realmente Carlesse conseguirá, com esse ajuste, enxugar a folha em cerca de R$ 500 milhões até o final do ano, como o governo anunciou. “Não acredito que o governo conquistará o equilíbrio fiscal e financeiro somente com o sacrifício da sociedade trabalhadora do Tocantins”, afirmou, numa referência às milhares de exonerações promovidas.
Ele ressaltou que o governo Carlesse está no comando do Estado há cerca de dez meses. “Tem conhecimento da máquina, propôs no processo eleitoral que era um governo que conquistaria a estabilidade do Estado, e assim ganhou a confiança da maioria da população, e essa estabilidade, nem econômica, nem social, nem fiscal e muito menos social, foi conquistada, e agora vem para cima justamente do servidor, que é a parte mais frágil e faz uma demissão sem antes ter feito uma avaliação contundente, com princípio de gestão qualificada, observando cada função, cada servidor, seu desempenho, onde produz, o que produz”, criticou.
Para Mourão, deu tempo para o governo fazer esse estudo. “Foram dez meses. Se fez compromisso com a estabilidade é porque não demitiria ninguém. Então é um governo fake news”, disparou.
O petista disse que os meros atos de redução de secretarias e exoneração de pessoal “é perfumaria”. “A parte mais fácil e poderia ser a parte de um projeto de desenvolvimento do Estado, que teria como base principal a conquista do equilíbrio fiscal e financeiro”, apontou.
Segundo ele, com o ajuste até agora anunciado, o que pode ocorrer é, no curto prazo, o governo fazer o equilíbrio fiscal num único trimestre, neste primeiro, para tão somente obter os empréstimos que estão aprovados na Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. “Não fazem [o ajuste] com outro propósito”, garantiu.
AL populista
O parlamentar ainda disse que esse ajuste do governo vai ser apoiado por “uma Assembleia de visão populista”. “Que vão querer emprego, que vão querer cargos, que vão querer participação no governo. Assim, esses cargos irão voltar, por isso, uma Medida Provisória deveria extinguir esses cargos e dizer que em 2019 não aplicaria mais do que ‘tantos por cento’ em pessoal. Aí queria ver se a Assembleia iria apoiar este governo”, disse.
Ouça a entrevista com Paulo Mourão no Podcast CT:
https://soundcloud.com/cleber-toledo-460860702/despedindo-da-al-mourao-diz-que-nao-acredita-que-carlesse-equilibre-o-estado-e-perfumaria