Líder do governo federal no Congresso, o senador Eduardo Gomes (MDB) participou nesta terça-feira, 9, de um debate na CNN Brasil sobre o julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) da campanha de 2018 do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pela prática de disseminação em massa de notícias falsas, a chamada fake news. O programa contou ainda com o candidato derrotado e ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad (PT) como segundo debatedor.
Havia ataques de diferentes formas e a todos os candidatos
O debate entre os políticos acontece em meio a uma recomendação do Ministério Público Eleitoral (MPE) para que as provas do inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o mesmo assunto fosse enviado para o TSE. No programa, Eduardo Gomes adotou uma postura crítica à prática de disseminação de notícias falsas, mas reforça que este cenário não é exclusividade de um grupo político. “Não podemos passar de uma hora para outra a achar que o cenário era de uma eleição que não havia ataques de diferentes formas a todos os candidatos”, disse.
Fake news por parte de populares
Gomes ainda sugere em uma fala que, às vezes, a prática das notícias falsas não necessariamente era comandado pelas campanhas, mas por pessoas comuns. “Com o advento da tecnologia, houve sim por parte de vários partidos a disseminação, a divulgação ampla de notícias, propostas de governo, e posso até dizer que, por parte dos populares, de forma incontrolada, ataque a honra, fake news, e de todos os lados”, defendeu o senador, que sugere um “marco legal”.
Todos tem prejuízo
O tocantinense se disse tranquilo em relação ao processo que corre contra Jair Bolsonaro no TSE, mas reforçou a necessidade de ampliar o debate sobre o uso notícias falsas em campanha. “O tema ‘fake news’ precisa ser tratado de maneira mais ampla. Não há no mundo uma regra definida e isto faz com que todos tenham prejuízo. A primeira medida que a gente tem que tomar é a proteção de dados”, sugere.
Julgamento justo, mas com as provas do STF
Em resumo, Fernando Haddad fez coro à necessidade de regulamentar melhor a questão das fake news em campanha, mas deixou claro que é favorável ao envio das provas do inquérito do STF ao TSE. “Acho que todos os democratas do País querem conhecer a verdade e ninguém quer um julgamento injusto. Não desejo para ninguém, nem para o presidente Bolsonaro, que seja injustiçado com uma decisão que não esteja fundamentada”, comentou.
O debate em seguida escalou para a política, com Fernando Haddad criticando o governo federal devido ao manuseio e divulgação dos dados relacionados a Covid-19, entre outros pontos; enquanto Eduardo Gomes defendia o presidente, rebatendo com lembranças dos casos de corrupção investigados nos governos petistas.
Confira a abaixo a íntegra do debate: