O presidente Jair Bolsonaro se reuniu com o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Órban, nesta quinta-feira, 17, em um encontro marcado por um discurso conservador e pela assinatura de acordos econômicos.
Em sua fala, o mandatário destacou que considera a Hungria “como nosso pequeno grande irmão: pequeno pelo tamanho territorial e grande pelos valores que representamos: Deus, pátria, família, liberdade”.
Chamando Órban de “irmão”, Bolsonaro afirmou ainda que a reunião “foi bastante útil” e que “trocou informações sobre a possibilidade de uma guerra entre Ucrânia e Rússia”. “A guerra não interessa ninguém porque todos perdem com isso”, pontuou.
Bolsonaro ainda falou que se reuniu com o presidente do país, János Áder, para debater sobre as questões ambientais e disse que “não existe destruição da Amazônia” e que o país foca no “reflorestamento” como “não vejo acontecer em outros países da Europa”.
A fala contradiz os dados oficiais do próprio governo, que mostra o desmatamento recorde da Amazônia mês após mês.
Durante seu discurso, Órban fez a defesa da pauta de extrema-direita, com críticas à política migratória da União Europeia – a Hungria faz parte do Viségrad, grupo europeu que se opõe às realocações dos refugiados que chegam ao continente -, a defesa da “família tradicional” e contra minorias e a fala de que os cristãos “são os mais perseguidos do mundo” por conta da sua fé.
O premiê ainda pontuou que a Hungria comprou dois novos aviões da Embraer e ressaltou o ineditismo na visita de um presidente brasileiro ao país. Sobre a possível guerra ucraniana, Órban ressaltou que seu governo, ao lado da UE, trabalha para evitar o conflito “também porque estamos perto desse conflito armado”.
Órban ainda lamentou as mortes causadas pelas chuvas em Petrópolis, no Rio de Janeiro, onde mais de 100 vítimas já foram confirmadas e enviou condolências às famílias.
Assim como Bolsonaro, o premiê húngaro também está em uma complicada campanha eleitoral. As eleições no país europeu ocorrem em abril e uma coalizão da oposição tentar retirá-lo do poder após 12 anos.