Ex-ministra da Agricultura e Pecuária (2015 a 2016) e senadora por dois mandatos (2007 a 2023), Kátia Abreu participou no dia 22 de abril do seminário “Brasil Hoje”, do grupo Esfera. A tocantinense abordou a questão agrária, se colocando contra invasões de terra, mas favorável a uma “reforma equilibrada”; além da indígena, onde fez a defesa do desenvolvimento sustentável dessas comunidades.
INVASÃO SE COMBATE COM LEGISLAÇÃO E PUNIÇÃO
Kátia Abreu defendeu a regulamentação da questão fundiária no País. “Invasão de terra é coisa do atraso, é coisa muito antiga e que não combina com esse Brasil moderno, com esse agro extraordinário. E a única forma de barrar isso é com legislação e punição”, afirmou a tocantinense, acrescentando ainda que o presidente Lula da Silva (PT) nunca promoveu a prática nas três gestões à frente do Palácio do Planalto.
NÃO SE PODE TER MEDO DO MPF
A tocantinense também fez uma crítica ao Ministério Público Federal (MPF) citando o caso em que uma procuradora da República incitou uma invasão de terra. “Ela precisa ser representada. Não podemos ter medo. O MPF não manda no Brasil, o Brasil manda nos Poderes e nas instituições. Ela não pode estimular a desavença no nosso País”, destacou.
REFORMA AGRÁRIA
Apesar da firme postura contra as invasões, Kátia Abreu defendeu a necessidade de uma reforma agrária. “Então sou a favor sim de uma reforma agrária equilibrada, com pessoas vocacionadas, com crédito, com assistência técnica, oportunidade. Invasão de terra, jamais”, esclareceu.
BRASIL ENRIQUECE COMUNIDADES INDÍGENAS DE FORA
Em relação ao desenvolvimento das comunidades indígenas, a ex-senadora cita como exemplo o fato de que 35% da importação de potássio vem justamente de uma reserva no Canadá e questiona a lógica. “Nós pagamos royalties para índios canadenses e não podemos pagar royalties para os índios brasileiros que vivem numa pobreza extrema, num alcoolismo profundo e até utilização de drogas”, pontua. Kátia Abreu cita haver um mina em Autazes (AM) que poderia ser utilizada, mas a licença está barrada após questionamento do MPF. “É uma distorção, uma hipocrisia que não tem dimensão. Nós podemos comprar de uma reserva indígena alheia, mas não podemos enriquecer os índios do Brasil. Fora o que isso poderá representar na balança comercial brasileira”, anotou.
Confira os trechos da participação da ex-senadora Kátia Abreu: