O arcebispo metropolitano de Palmas, Dom Pedro Brito Guimarães, divulgou vídeo nas redes sociais em que afirma estar incomodado com o que chamou de “uso indiscriminado da religião como mercadoria para se angariar votos”. Segundo o religioso, o incômodo é também da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O MEDO E A MENTIRA
Para Dom Pedro, “a pauta não é de todo nova”, mas nestas eleições “está radicalizada, institucionalizada e instrumentalizada”. “Perceba que existem dois fenômenos que se interdependem e se interagem: o medo e a mentira. É o medo que dá origem à mentira ou é a mentira que dá origem ao medo?”, perguntou.
SEM USAR SÍMBOLO DA FÉ
O arcebispo defendeu que “cada cidadão tem o direito de manifestar a sua preferência política sem problema”, mas avisou que “ninguém da arquidiocese de Palmas está autorizado a usar o símbolo da nossa fé para manifestar a sua preferência política por este ou aquele candidato”.
POLÍTICA E DESENVOLVIMENTO
Ele ressaltou que “política é uma ciência e é como ciência que deveria ser vista”. Por isso, sugeriu três leituras. A primeira é o capítulo quinto da encíclica “Fratelli Tutti”, do Papa Francisco, intitulado de “A melhor política”. Segundo Dom Pedro, neste documento o papa afirma que “não pode haver desenvolvimento sem política, desde que ela seja a melhor política”.
POUCOS COMPARECERAM
A segunda leitura sugerida pelo arcebispo são os materiais produzidos pelo projeto “Encantar a política”, uma iniciativa da CNBB com o objetivo é realizar um trabalho duradouro e contínuo de informação e de formação política do eleitorado brasileiro. “Fizemos aqui Palmas uma apresentação e uma formação sobre esse projeto. Poucos participaram infelizmente”, lamentou.
ACORDO BRASIL-SANTA SÉ
Por fim, Dom Pedro propôs ainda a leitura do Acordo Brasil-Santa Sé, pelo qual o Brasil reconhece a proteção dos lugares de culto da igreja, de sua liturgia, símbolos, objetos culturais, contra toda violação, desrespeito e uso ilegítimo. “Por este acordo, ninguém pode arrancar uma pedra ou uma palha da nossa igreja”, explicou o religioso. “A política deve gerar fraternidade e o amor social e não a guerra de religião”.
Assista a mensagem de Dom Pedro: