O jornal O Estado de S.Paulo aponta que, em pelo menos seis Estados, policiais militares têm insuflado a participação da corporação nos atos bolsonaristas de Sete de Setembro, que terão como alvo o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso. Segundo o veículo, há pessoal da ativa e da reserva incentivando manifestações em São Paulo, Rio, Santa Catarina, Espírito Santo, Ceará e Paraíba.
Preocupação dos governadores
O Estadão lembrou que a preocupação com os atos foi compartilhada na reunião que teve a participação de 25 governadores nessa segunda-feira, 24. “Na conversa, deixaram claro que não se trata de impedir a livre manifestação de expressão, direito garantido pela Constituição”, diz o jornal.
Invasão ao STF e Congresso
No entanto, a preocupação é o caráter de apoio a uma ruptura institucional, com ameaças de invasão do STF e do Congresso. O Estadão diz que o medo de ruptura ligada às PMS faz parte, inclusive, do cenário traçado por oficiais-generais e ex-ministros da Defesa como Raul Jungmann.
Normas devem ser respeitadas
Ao jornal O Globo, o presidente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Renato Sérgio de Lima, defendeu que não se pode “simplesmente acreditar na solidez das instituições”, ao citar o caso do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que decidiu suspender o coronel Polícia Militar Aleksander Lacerda por ter atacado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e convocado militantes às ruas em apoio a Jair Bolsonaro. “Precisamos proteger e garantir que as normas sejam respeitadas. É preciso também fortalecer os mecanismos de supervisão, controle de auditoria”, disse Lima, que é professor da FGV EAESP.
Agiu com rapidez e correção
Segundo ele, Doria agiu “com rapidez e da maneira correta” ao destituir o coronel na manhã dessa segunda-feira, 23. Lima ressaltou que manifestações como a de Lacerda têm ocorrido “de maneira aberta e sem nenhum constrangimento”, muito em função da mensagem passada pelas Forças Armadas ao não punir a participação do ex-ministro e general Eduardo Pazuello em uma manifestação política. “A não punição de Pazuello abriu uma porteira e deixou os demais oficiais à vontade para se manifestar politicamente”, avaliou o especialista.