O jornalista Robson Ronin, da coluna Radar, do site da revista Veja, conta que o líder do governo no Congresso, o senador Eduardo Gomes (MDB), atropelou sua colega de bancada tocantinense Kátia Abreu (PDT), na definição da relatoria da PEC dos Fundos Públicos, que integra o pacote de reforma do Estado enviado ao Congresso nesta semana. De acordo com o colunista, Kátia ficaria como relatora após acordo com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Pessoa certa
Para o ministro, ela seria a pessoa certa para a missão porque um mês ante, havia apresentado outra proposta de PEC para desvincular fundos constitucionais da Infraestrutura. “Como se sabe, liberar os recursos que ficam presos a esses fundos é um dos principais eixos de Guedes em sua cruzada liberal — ou seja, Katia seguia o mesmo espírito dessa proposta, conta o jornalista de Veja.
Votou contra a Previdência
Segundo ele, Gomes manobrou com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM)-AP), para entregar o tema aos cuidados do senador Otto Alencar (PSD-BA), conforme o colunista, “notório opositor dos projetos econômicos do governo e que inclusive votou contra a reforma da Previdência”.
Passado para trás
Ronin disse que Guedes está pra lá de irritado com a manobra, pois não só perdeu o voto de Kátia como também foi passado para trás pela ala antiga do MDB, que, ressaltou o colunista, tem ganhado força e ditado os passos de Alcolumbre no Senado.
Rival no Tocantins
Para o colunista, líder do governo, Gomes “jogou contra o próprio time para não ver Kátia, sua rival política no Tocantins, assumir a relatoria da proposta”.
Não tem o menor cabimento
À Coluna do CT, o senador Eduardo Gomes garantiu que a história “não tem o menor cabimento”. “Primeiro por meu histórico, que mostra que sempre que posso abro espaço para os membros da nossa bancada”, afirmou. “Se eu estivesse no Senado na época, o Leomar Quintanilha seria ministro do TCU até hoje, não teria perdido por cinco votos como ocorreu”, afirmou, numa clara alfinetada.
Líder do Congresso, não do Senado
Além disso, Gomes explicou que a tramitação da PEC se dá no Senado e não em nível de Congresso. Nesse caso, quem responde pelo governo é o líder no Senado, Fernando Bezerra, e não ele, que é líder do Congresso.
Articulação barata
Para o senador tocantinense, envolver seu nome nessa manobra foi “uma articulação barata de quinta categoria”. “Não sou eu quem tem um histórico de puxar o tapete dos colegas”, cutucou.
- Matéria atualizada às 9h34