Uma reunião com os pescadores da Colônia de Pescadores Z-8, na manhã deste sábado, dia 10, em Palmeiras do Tocantins, marcou o início da implantação de um projeto-piloto, articulado pelo deputado estadual Jair Farias (MDB), para a implantação de tanques-rede para criação de tilápias no município. Jair Farias buscou a parceria da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Aquicultura do Estado, através do titular da pasta, César Hallum; e do Banco da Amazônia (BASA), através do superintendente do banco, Marivaldo Melo, presentes na reunião que levou mais informações para os pescadores interessados em empreender no projeto. Além do Basa, a gerente do Banco do Brasil, Lella Buzzi, afirmou que a instituição está de portas abertas para financiar o projeto. O Ruraltins também estava no local, através do gerente de Aquicultura, Andrey Costa, que falou da sua experiência em projetos de tanques-rede na produção de peixes.
A proposta de implantar o projeto de criação de tilápias em Palmeiras surge como uma grande oportunidade para os pescadores do município, que já não conseguem sobreviver como antes da pesca extrativista. De acordo com o presidente da Colônia de Pescadores Z-8, Iran Ribeiro Marinho, os pescadores ficam animados. “Estou botando fé que agora sai, isso fará uma grande diferença na vida do pescador. A pesca está fraca, se a gente conseguir que esse projeto em tanques-rede vá pra frente tem tudo pra melhorar a nossa renda”, declarou. A colônia conta com mais de 100 pescadores associados.
Também integrante da colônia, o pescador Emiliano Dias Carneiro, faz um relato assustador sobre a diminuição da quantidade de peixes no lago, após a construção da usina de Estreito-MA, a 10 km de Palmeiras. “Desde a construção da barragem a produção está caindo gradativamente, todo ano diminuiu mais um pouquinho, teve época que a gente pescava por mês mais de quatro toneladas de peixe, agora não dá uma tonelada. É pouca produção mesmo, já aconteceu de em uma noite pescar 400 kg de peixe, agora não pega 30”, afirma. “Não tem peixe suficiente no lago, a demanda é maior do que a produção, hoje quase ninguém está conseguindo tirar um salário que dê pra viver, então esse projeto pra nós é um muito importante e necessário”, assegura Emiliano.
Foi por ter conhecimento dessa situação que o deputado Jair Farias foi atrás de parcerias para implantar o projeto em Palmeiras. O parlamentar também colocou seu gabinete à disposição da colônia de pescadores, da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Aquicultura e do Ruraltins. “Nosso gabinete será uma extensão desse projeto, vamos dar todo o suporte necessário, nosso chefe de gabinete, Júnior Noleto, está autorizado a abraçar essa causa para mostrar que a partir de Palmeiras terá uma grande produção de pescado nessa região”, declarou. “Vamos aproveitar essas parcerias para alavancar a economia do Estado, se preciso for vamos colocar uma emenda impositiva para ajudar nesse projeto, assim como destinamos uma emenda de R$ 100 mil para o PA Buritis, o projeto já está sendo elaborado pelo Ruraltins, para a produção de banana irrigada, a fim de atender as famílias do município de Axixá”, garantiu Jair Farias.
O secretário César Hallum destacou os benefícios de criação da tilápia. “A tilápia é uma commodity, é o peixe mais consumido no mundo, é um peixe extremamente fértil, se reproduz com facilidade, precoce, com 4 meses já pode ser abatido, não tem espinhas, não tem perigo de criança engasgar, por tudo isso esse peixe foi ganhando espaço, tem um preço acessível ao consumidor pela alta produtividade, é isso que nós queremos, proporcionar uma alimentação de proteína saudável à população”, frisou. Hallum reforçou a informação de que o Coema – Conselho Estadual de Meio Ambiente, já liberou a criação de tilápia no Tocantins. “No próximo dia 26 de agosto, às 11h da manhã, estaremos lançando os primeiro 50 tanques-rede de tilápia do Tocantins, em Brejinho de Nazaré, no lago da usina hidrelétrica de Lajeado”, antecipou o secretário.
Outro aspecto lembrado pelo Secretário foi o apoio que o governo do Estado vem dando ao setor, como a isenção de ICMS para peixes produzidos em cativeiro. César Hallum confirmou o que os pescadores já constataram, os peixes dos rios estão diminuindo. “Os números mostram que a cada ano que passa a quantidade de pescado tem sido menor. O Ruraltins fez um censo da aquicultura que mostra que a produção de pescado está caindo a cada ano”, alertou. “Precisamos organizar um plano de negócios com os bancos para ajudar os pescadores a investir na produção em tanques-redes”, sugeriu. “Estamos conscientes que será um grande projeto do Estado”, concluiu César Hallum.
O superintendente do Basa, Marivaldo Melo foi enfático em seu discurso ao explanar sobre a disponibilidade de recursos do banco. “Estamos aqui para colaborar e ajudar para que o pequeno possa crescer”, sustentou. O Banco do Brasil também destacou que tem recursos para financiar o projeto. “Dinheiro nós temos e o banco está aqui para ser parceiro dos pescadores nesse projeto, como já está financiando outros projetos na região”, afirmou a gerente Lella Buzzi.
De acordo com o gerente de Aquicultura do Ruraltins, Andrey Costa, o órgão já verificou as viabilidades locais, bem como as características técnicas que vão propiciar o desenvolvimento da piscicultura no município. Durante a reunião, ele fez uma palestra onde mostrou as técnicas de manejo e como os pescadores podem se organizar socialmente para juntos terem um parque aquícola bem sucedido, sendo que agora o próximo passo é a elaboração do projeto pelo Ruraltins. “O projeto deve ficar pronto em 30 dias, porque já temos as peças técnicas e a área escolhida, e vamos protocolar um novo documento no MAPA, Ministério da Aquicultura e Pesca, na Divisão de Pesca e Aquicultura, para que seja solicitada essa área legalizada, para que os pescadores recebam a cessão de área aquícola”, explicou. “Estamos com a propositiva de que as áreas sejam regulamentadas no âmbito estadual, nesse caso recairia ao Naturatins, onde temos mais facilidade de acesso, por estar dentro do controle do Estado, então em 90 dias é provável que a gente consiga com que essas áreas sejam licenciadas, mas para isso precisa estar regulamentado dessa maneira”, esclareceu. (Da assessoria de imprensa)