O primeiro encontro entre o presidente da Argentina, Mauricio Macri, e o presidente Jair Bolsonaro nesta quarta-feira, 16, será cercado pelos detalhes de uma visita de estado. O líder argentino deve subir a rampa do Palácio do Planalto ainda pela manhã. No Palácio do Planalto, participará de reunião privada com Bolsonaro e, em seguida, de reunião plenária, com a presença de ministros brasileiros e argentinos.
Na pauta, negociações bilaterais relacionadas ao combate ao crime organizado e corrupção; defesa e indústria de defesa; desenvolvimento satelital e espacial; energia nuclear; e dinamização do comércio bilateral.
Também vão ser discutidas medidas de flexibilização do Mercosul (bloco que reúne Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, uma vez que a Venezuela está suspensa momentaneamente) e a crise na Venezuela.
A delegação oficial da Argentina chega ainda nesta terça-feira, 15, ao Brasil, formada pelos ministros das Relações Exteriores, da Produção, da Defesa, da Fazenda, de Segurança e Justiça e dos Direitos Humanos. De acordo com a Casa Rosada, Macri e comitiva saem de Puerto Madryn (Chubut) em direção a Brasília, sem escala em Buenos Aires.
Após o resultado das eleições, Macri foi um dos primeiros líderes estrangeiros a parabenizar Bolsonaro pela vitória nas urnas. Na ocasião, o presidente brasileiro agradeceu e retribuiu mencionando a parceria entre Argentina e Brasil.
Mercosul
O futuro do Mercosul, integrado também por Paraguai e Uruguai (Venezuela está temporariamente suspensa) será tema da reunião entre Bolsonaro e Macri. Em discussão a possibilidade de se adotar regras que permitam acordos bilaterais entre membros do grupo, outros blocos e países, sem obrigatoriamente passar pela chancela do Mercosul.
Os dois líderes devem discutir também medidas para avançar as negociações do bloco que já estavam em curso até o fim de 2018, como é o caso com a União Europeia, além de propor uma agenda interna que inclua a simplificação da estrutura tarifária, a convergência regulatória e a diminuição de barreiras internas entre países membros.
Venezuela
A crise venezuelana está no foco das preocupações de Bolsonaro e Macri. Assim como o Brasil, a Argentina assinou, no âmbito do Grupo de Lima, que reúne 14 países, declaração conjunta em que não reconhece a legitimidade do segundo mandato do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e defende novas eleições.
A expectativa é que Brasil e Argentina mantenham, na reunião desta quarta, essa mesma sintonia em relação à situação na Venezuela, além de seguirem, juntos, trabalhando com a Organização dos Estados Americanos (OEA) pela transição democrática no país vizinho. (Paula Laboissière, da Agência Brasil)