O juiz federal Sérgio Moro adiou para novembro o interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que deveria depor em setembro sobre o caso do sítio de Atibaia. Segundo o magistrado, o objetivo é evitar a “exploração eleitoral” dos interrogatórios.
Em nota, o advogado do petista reclamou que um processo criminal não poderia ter seus atos orientados pelo calendário eleitoral. “A mudança das datas dos depoimentos mostra que a questão eleitoral sempre esteve e está presente nas ações contra o ex-presidente Lula”, alegou a defesa de Lula, fazendo referência ao encarceramento.
Moro não citou o ex-presidente explicitamente, mas afirmou que “um dos acusados foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro” e que, “apesar disso, o acusado apresenta-se como candidato à Presidência da República”.
A acusação é de que Lula teria recebido propina – em contratos entre a Petrobras, a Odebrecht e o grupo OAS – e os valores teriam sido repassados através de reformas realizadas no sítio.
O imóvel está no nome de sócios de um dos filhos de Lula, e as melhorias nele totalizam R$ 1,02 milhão.
O interrogatório de Lula estava marcado para 11 de setembro e foi reagendado para 14 de novembro, às 14 horas.