A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) contra o prefeito de Goiatins, Manoel Natalino (Republicanos), e o vice, José Américo (PDT), recebeu na sexta-feira, 25, um parecer favorável do Ministério Público (MPE). A Aije é de Max Lux (SD), candidato derrotado no pleito de 2024. Ao gestor reeleito é imputada à prática de abuso de poder político e econômico, além da compra de votos.
COMBUSTÍVEL E CONTRATAÇÕES
Segundo a manifestação ministerial, a chapa eleita utilizou a máquina pública de forma indevida para obter vantagem eleitoral. Entre as práticas, o MPE aponta para um aumento de R$ 333.939,05 nas despesas com combustível do município durante o período eleitoral, em comparação com o ano anterior. Além disso, contratações irregulares de quase dois mil diaristas foram identificadas, com um custo superior a R$ 2,5 milhões para os cofres públicos, e oferecimento de empregos em troca de votos.
MARGEM DE 16 VOTOS
Conforme o MPE, depoimentos de testemunhas e provas documentais confirmaram a utilização de veículos e servidores da prefeitura para o transporte gratuito de materiais de construção e a realização de mudanças particulares para eleitores. Para a Promotoria, estas ações influenciaram diretamente o resultado da eleição, que foi decidida por uma margem de apenas 16 votos. Em 2025, Manoel Natalino (Republicanos) somou 3.644 votos contra os 3.628 de Max Lux (SD).
PEDIDOS
Diante do que considera de “extrema gravidade” e do caráter “sistemático e organizado” dos delitos, o Ministério Público quer a cassação dos diplomas do prefeito e do vice; a declaração de inelegibilidade de ambos pelo prazo de oito ano e aplicação de multas. No documento, a promotora Jeniffer Medrado Ribeiro Siqueira enfatizou que os atos representaram “um ataque à higidez democrática” e comprometeram, de forma irreversível, “a legitimidade do mandato obtido e a representatividade democrática do governo constituído”.
A CCT acionou o prefeito Manoel Natalino. O espaço está aberto para qualquer manifestação.