Indicação da bancada feminina para participar da sessão desta terça-feira, 18, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia da Covid-19, a senadora Kátia Abreu (Progressistas) teve oportunidade de interpelar Ernesto Araújo, ex-ministro das Relações Exteriores. Os dois trocaram ataques e a tocantinense foi a principal responsável pela saída do diplomata do governo federal. Como era esperado, a parlamentar não poupou críticas ao ex-chanceler, que, na ocasião, optou por não responder.
Duas personalidades
Kátia Abreu questionou a postura evasiva do ex-chanceler na comissão. “Memória seletiva para não dizer leviana. Não se lembra do que importa. Tem um Ernesto que fala conosco e outro que fica nas redes na internet. Estou confusa de qual personalidade nós devemos considerar”, ironizou. A senadora ainda reforçou algumas manifestações já feitas pelo ex-ministro que prejudicou a relação entre Brasil, China e demais países e chegou a provocá-lo a fazer com que dissesse publicamente na comissão o que foi omitido na reunião ministerial divulgada após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), o que não ocorreu.
Bússola que direciona o País para o caos
A senadora listou uma série de falas e artigos do ex-chanceler que indicavam que o trabalho diplomático era feito com base em ideologia política e foi duro contra Ernesto Araújo. “O senhor deve desculpas ao País. É um negacionista compulsivo, omisso. O senhor no MRE [Ministério das Relações Exteriores] foi uma bússola que nos direcionou para o caos, um iceberg, para o naufrágio da política internacional e externa”, disse Kátia Abreu, que ainda o culpou ter colocado o Brasil numa situação “muito pior” do que pária, mas de “irrelevância”. “E eu não aceito que isto aconteça”, reforçou.
Correspondências
Além do discurso duro sem resposta, Kátia Abreu também solicitou que a comissão verifique toda a correspondência relacionada à pandemia trocada pelo Ministério das Relações Exteriores não só com o governo federal, mas com outras embaixadas.
Veja a íntegra da manifestação: