O promotor Thiago Ribeiro de Franco Vilela aproveitou a audiência de prestação de contas da Secretaria da Saúde (Semus) na Câmara de Palmas nesta terça-feira, 28, para expor a insatisfação em relação às estruturas das unidades mantidas pelo município, conforme já tinha adiantado após vistoriar o centro da 603 Norte. O tema acabou por monopolizar os debates da sessão. O membro do Ministério Público (MPE) não escondeu a insatisfação e foi duro nos questionamentos, conforme o próprio admitiu.
SERÁ NECESSÁRIO UMA ACP?
Thiago Ribeiro abriu as reclamações diante da situação do Centro de Saúde da Comunidade da 603 Norte, que verificou um dia antes em vistoria. “Não fizeram nada. É uma vergonha. É um descaso com a população de Palmas, que tanto necessita da saúde. E pediram que não tirassem o prédio de lá, apenas reformem. Isso é para ontem. Não podemos mais protelar. Vou precisar entrar com ação civil pública para resolver isso?”, provocou. O promotor afirma que recebeu uma sinalização para obras na unidade ainda em maio do ano passado, mas que nada foi feito. Buritirama também foi lembrada pelo membro do MPE. “Os senhores podem pagar plano de saúde, eu também posso, e quem não pode? Se passou o período pandêmico, vamos focar nas unidades de saúde”, reforçou.
CANSADO E DE SACO CHEIO
Outra frente das críticas foi a falta de hospital municipal em Palmas. Thiago Ribeiro revelou que debate o assunto pelo menos desde agosto de 2021 e que, de lá para cá, cinco audiências foram realizadas para buscar uma solução. “Até agora nada. É um descaso com a população. Todas as capitais têm, menos Palmas. Até Araguaína tem. Nós não temos por quê? Porque não quer fazer. Se não resolver nada, vou ter que propor ACP”, voltou a ameaçar. O promotor admitiu no próprio discurso que subiu o tom, mas argumentou. “Não aguento ficar pedindo, pedindo, pedindo. […] Nunca fui tão agressivo como hoje, mas cansei. Estou de saco cheio disso”, pontuou.
OUTROS PONTOS
O Conselho Municipal de Saúde, representado pelo tesoureiro Cleison Almeida, reforçou preocupação em relação às estruturas das unidades de saúde, e afirmou que o problema vai além dos casos citados por Thiago Ribeiro. O vereador Joatan de Jesus (Cidadania) questionou a falta de aplicação das emendas impositivas da Câmara, justamente para as reformas. Rogério Freitas (PSD), Rubens Uchôa (UB) e Mauro Lacerda (PSB) fizeram coro. Já Waldson da Agesp (PSDB) saiu um pouco em defesa da gestão, argumentando que as críticas foram focadas apenas na estrutura – sem envolver atendimento – e pediu uma força-tarefa para resolver. Folha Filho (PSDB) também foi à Tribuna para destacar ações do município, como investimento 7% maior na área do que exigido na legislação, entre outros; assim como Eudes Assis (PSDB), que exaltou o trabalho dos servidores. Ainda discursaram Major Negreiros (PSDB), Solange Duailibe (PT), Iolanda Castro (PTB) e Márcio Reis (UB).
Confira a íntegra da audiência pública: