Aliados de ex-congressistas não estão gostando da movimentação dos novatos em torno da emenda impositiva de bancada que garantiu os R$ 60,5 milhões de recursos federais para a aquisição de 139 retroescavadeiras (mais de R$ 33,7 milhões), 80 pás-carregadeiras (mais de R$ 21,9 milhões) e 12 escavadeiras hidráulicas com esteira (mais de R$ 4,7 milhões investidos). Isso porque essa emenda é de 2018, quando a bancada do Tocantins era composta também pelos atuais ex-senadores Vicentinho Alves (PL) e Ataídes Oliveira (PSDB) e pelos ex-deputados federais Josi Nunes (Pros), César Halum (Republicanos) e Lázaro Botelho (Progressistas).
Kátia, Irajá e Gaguim não assinaram
Essas fontes ligados a alguns ex-congressistas lembram que os senadores Kátia Abreu (Progressistas) e Irajá Abreu (PSD) — na época deputado federal — e o deputado federal Carlos Gaguim (DEM) não quiseram assinar as emendas.
Por e-mail
Lázaro e Ataídes, inicialmente, também não assinaram, mas depois reviram e avalizaram a iniciativa por e-mail.
Pai da criança
Conforme as fontes ouvidas pela Coluna do CT, alguns deputados que não compunham a bancada na época hoje tentam aparecer de “pai da criança”. “Não eram membros da bancada e agora desfilam como se fossem autores da emenda, enquanto os verdadeiros autores, os que não estão mais na bancada, são deixados de lado, esquecidos”, reclamou um dos ex-aliados.
Trabalho maciço de divulgação
Enquanto isso, na bancada federal, o clima ainda esquenta entre os palacianos e os anti-palacianos. A assessoria do deputado Gaguim postou no grupo de WhatsApp da Associação Tocantinense de Municípios (ATM) um pedido para que os prefeitos “façam um trabalho maciço de divulgação da entrega das máquinas nos seus canais de comunicação, como redes sociais (Facebook e Instagram), sites da região, sites da prefeitura, grupos dos municípios de WhatsApp”. “No que puderem e me mande pra gente poder movimentar as redes sociais do deputado [Gaguim]”, afirma a assessoria do parlamentar.
Defender quem ajuda
Depois, outra mensagem do mesmo número afirma: “Meus irmãos, vamos defender quem nos ajuda. Sei que não devemos brigar com ninguém, mas defender quem realmente ajuda e não faz politicagem. Porque entraram na Justiça contra a entrega das máquinas”. Possivelmente a última referência é sobre o ofício da coordenadora da bancada, senadora Kátia Abreu, para pedir ao ao procurador-geral da República, Augusto Aras, a apuração de possíveis irregularidades na mudança dos critérios de distribuição das máquinas, bem com alteração do objeto do processo licitatório. A entrega simbólica a prefeitos foi feita nessa segunda-feira, 29, com a presença do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho.
Prova concreta
A senadora Kátia Abreu não gostou da mensagem postada pela assessoria de Gaguim e distribuiu nota na tarde desta terça-feira, 30, em que afirma que o texto no grupo da ATM “é a prova concreta de que a distribuição das máquinas adquiridas com recursos da bancada federal está sendo usada de forma criminosa pelo deputado Gaguim com apoio do governo do Estado”. “A distribuição como denunciamos à PGR não teve critérios técnicos e sim critério eleitoreiro com o objetivo de favorecer o deputado com aquiescência do governador. A PGR e PF poderão esclarecer o fato à população”, afirma a nota de Kátia.
Fake news
Segundo ela, a assessoria do deputado “ainda quer impor aos prefeitos a divulgação falsa de que ele sozinho conseguiu as máquinas”. “Fake News é crime e será denunciado”, avisou a coordenadora da bancada federal do Tocantins.
Confira a postagem da assessoria de Gaguim no grupo da ATM: