O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) confirmou oficialmente, em nota na tarde desta terça-feira, 7, a saída do projeto eleitoral que era encabeçado por Carlos Amastha (PSB), que anunciou desistência da candidatura ao governo justamente pela saída do PCdoB e do PTB de sua base. A legenda revela que houve uma “imposição unilateral de um ‘chapão’ com PSDB, PR e MDB” poucos momentos antes da convenção pessebista, o que motivou a composição com Márlon Reis (Rede) de última hora.
“Infelizmente, a aliança proporcional de deputados federais e estaduais da coligação do PSB foi transformada em uma grande engenharia eleitoral de manutenção no poder da família Miranda e de importantes setores conservadores no Tocantins. O PCdoB não será combustível desta máquina, nem força tática do projeto dos Mirandas”, dispara o PCdoB ao revelar que foi informado do rompimento do acordo em relação as chapas proporcionais às 18h15 do domingo, 5, minutos antes de Amastha chegar ao Espaço Cultural, local da convenção.
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Na avaliação do PCdoB, a formação deste chapão imposto pela articulação do ex-prefeito projetaria a “reeleição de pelo menos 6 ou 7 deputados estaduais do MDB, PR e PSDB” e a “duvidosa eleição de um único deputado estadual progressista da base original de Carlos Amastha”. Diante desta perspectiva na disputa por vagas na Assembleia é que os comunistas decidiram migrar o projeto para a base de Márlon Reis. Germana Pires (PCdoB) ainda angariou a suplência de Senado do deputado estadual Paulo Mourão (PT).
“A ruptura do acordo por parte da articulação central de Carlos Amastha, a falta de franqueza e de diálogo, o pragmatismo vazio das ‘planilhas dos currais eleitorais’, obrigou o PCdoB a retirar-se da aliança, identificando na candidatura de Marlón Reis (Rede) maior amplitude, viabilidade eleitoral e robustez programática para a implantação de um novo projeto de desenvolvimento para o Estado do Tocantins e a transformação que o povo tocantinense tanto espera”, acrescentou.
Unificação da oposição
O PCdoB ainda faz uma breve análise do cenário político tocantinense. Segundo os comunistas, a eleição suplementar apontou uma necessidade da união das oposições para garantir a “capilaridade do projeto no interior e nos setores médios da sociedade”. O partido diz que buscou trazer o Rede, PT, PDT e PSD para a base de Carlos Amastha para garantir “viabilidade eleitoral e programática” ao projeto. Entretanto, a articulação optou por “excluir a aliança com o campo progressista e hegemonizar a aliança com a base do governo de Michel Temer”, diz a nota.
Apesar de concordar com o ingresso do PR e PSDB, o PCdoB considerou “um erro tático grave” a aliança com todos os setores conservadores, “em especial o MDB”. Apesar da resistência aos emedebistas, o partido admitiu que “ainda assim” entendia ser possível manter-se com Carlos Amastha devido ao acordo firmado no sábado, 4, em que ficou definido uma coligação proporcional com PCdoB, PSB, PODEMOS, PSC e PTB, o que, no cálculo dos comunistas, poderia garantir a eleição de 3 ou 4 deputados progressistas. Entretanto, foi justamente este compromisso que foi quebrado momentos antes da convenção que lançou Carlos Amastha a governador.