Indicado para assumir o Ministério da Ciência e Tecnologia a partir de 1º de janeiro de 2019, o tenente-coronel da reserva, Marcos Pontes, comparou o convite que recebeu do presidente eleito Jair Bolsonaro a uma “grande missão”. Primeiro astronauta do Brasil, Pontes garantiu estar acostumado com tarefas “difíceis”.
“Missões difíceis são aquelas que fazem a diferença, que devem nos motivar a trabalhar com ética, com honestidade e em equipe, pois ninguém faz nada sozinho”, disse Pontes, ao público que lotou o Teatro do Sesi, em Goiânia, onde ocorre um torneio de robótica que estimula estudantes de 9 a 16 anos a proporem projetos inovadores nas áreas de ciências, tecnologia, engenharia, artes e matemática.
Em tom elogioso, Pontes disse ser um “conforto” poder contar com a experiência do corpo técnico do ministério. “Quando falamos de um ministério do tamanho do da Ciência e Tecnologia, com tantas instituições espalhadas pelo país, com tantas pessoas com extrema competência nas nossas unidades de pesquisa, é um conforto saber que tem estas pessoas que podem ajudar a trazer, através da tecnologia, novas empresas, mais empregos e riquezas para o país.”
A indicação de Pontes foi feita na quarta-feira, 31, pelo Twitter pelo presidente eleito Jair Bolsonaro.
Nascido em Bauru, em 1963, o militar da reserva é engenheiro aeronáutico formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). Também é formado em Administração Pública e fez mestrado em Engenharia de Sistemas na Naval Postgraduate School (EUA). Ingressou na academia da Força Aérea Brasileira em 1981 e foi instrutor, líder de esquadrilha de caça e piloto de testes antes de ser selecionado no concurso público que a Agência Espacial Brasileira realizou, em 1998, para escolher o representante brasileiro na agência espacial norte-americana, a Nasa.
Em março de 2006, O, acompanhando oito experimentos científicos, entre eles a germinação de feijão no espaço; a capacidade de reparo de lesões no DNA de microrganismos devido à exposição à radiação proveniente do Sol e a eficácia de sistemas de controle térmico desenvolvidos no Brasil para o programa espacial brasileiro.
Poucos meses após retornar ao Brasil, com 43 anos, Pontes foi transferido para a reserva militar, passando a se dedicar a dar palestras motivacionais, escrever livros e atuar em campanhas publicitárias de diversos produtos, como um travesseiro com “tecnologia da Nasa”.
Durante a palestra em Goiânia, Pontes disse à plateia, constituída principalmente por jovens, que para se chegar a algum lugar, é necessário definir um objetivo claro. “E para atingir este objetivo é necessário planejar passo a passo muito bem, pois vão ser necessários muitos passos. E podem ter certeza de que, na busca por este grande sonho, vamos cair muitas vezes. Será necessário persistência”, afirmou o futuro ministro. (Alex Rodrigues, da Agência Brasil)