Retomo as atividades depois de uns 3,5 mil quilômetros de estrada. Sempre é bom descansar, mas uma hora o ócio também nos esgota, então, já é hora de voltar ao batente. Não foi diferente nessas duas semanas de folga pelo interior de Paraná e São Paulo. Trinta dias de férias não dou conta, e “micoempresário” raramente pode se dar a esse luxo.
De toda forma, desligar os motores um pouco é necessário para reabastecer o corpo e a mente com a energia criativa que nos move. É lógico que o cérebro não desliga, e entre uma corrida e outra, uma cervejada e um churrasco, as reflexões eleitorais vêm.
[bs-quote quote=”Palmas é um teste duro para os governos por ser uma cidade administrativa. Logo, a proporção de servidores é muito maior e esse grupo acaba tendo um peso significativo nos processos eleitorais da Capital” style=”default” align=”right” author_name=”CLEBER TOLEDO” author_job=”É jornalista e editor da Coluna do CT” author_avatar=”https://clebertoledo.com.br/wp-content/uploads/2019/09/CT-trabalhado-180.jpeg”][/bs-quote]
Elas sempre me levavam a ver 2020 como um ano de teste para o Palácio Araguaia, que tem um termômetro eleitoral muito sensível em Palmas, onde os governos não vencem desde 2000, com Nilmar Ruiz. Marcelo Miranda (MDB) foi derrotado na Capital em 2004, 2008 e 2016; e Siqueira Campos (DEM) em 2012.
Palmas é um teste duro para os governos por ser uma cidade administrativa. Logo, a proporção de servidores é muito maior e esse grupo acaba tendo um peso significativo nos processos eleitorais da Capital. Além disso, numa cidade que depende significativamente dos recursos dos cofres estaduais, a crise governamental é sentida pelo mercado de forma muito mais direta e incisiva. De outro lado, com servidores satisfeitos e fornecedores recebendo em dia, o resultado tende a ser positivo para o governo.
Mas o funcionalismo não anda satisfeito com o governo Mauro Carlesse (DEM), com congelamento de progressões, data-base de 1% e outros direitos trabalhistas pendentes. No entanto, no último ano, o Estado conseguiu dar mais fluidez ao pagamento dos fornecedores, o que pode equilibrar um pouco essa balança eleitoral. Até que ponto? Difícil prever.
Nos demais municípios mais fortes do Tocantins, o fator estadual é menos preponderante do que na Capital. A dependência de recursos públicos sempre existe e a cobrança dos candidatos oficiais também, mas influem menos. Neles, os debates locais tendem a se sobrepor.
Por isso, o termômetro do governo Carlesse será mesmo Palmas.
O que se pode dizer com mais certeza é que para o Palácio Araguaia ter relevância nas disputas municipais terá que conseguir desenroscar os empréstimos de R$ 583 milhões e transformar o Tocantins em canteiro de obras. Missão muito complicada, uma vez que o calendário a cada dia que passa fica mais apertado.
Se Carlesse conseguir esse feito, tende a ser o principal cabo eleitoral, e dar protagonismo ao governo nas eleições municipais, o que não ocorre há quase duas décadas. Se não desenroscar os recursos, melhor ficar no Palácio, porque de longe não atrapalha, já que os debates locais, como foi dito, têm preferência.
Sem os R$ 583 milhões, poderá passar pelo constrangimento de seus antecessores, todos convidados a não comparecerem nos municípios para não tirar votos de seus candidatos.
Muitos projetos
De volta ao batente, estou com muita energia e disposição. Em março a Coluna do CT chega aos 15 anos e em abril eu viro oficialmente um cinquentão. Alegria demais por conseguir fechar esse meio século de vida fisicamente muito bem, depois de lutar a vida adulta inteira contra a obesidade.
Diante dessas importantes efemérides, tracei alguns desafios para 2020:
— Retomo na segunda-feira, 20, com os grandes jornalistas e parceiros Dock Júnior, Arnaldo Filho e Zacarias Martins, o primeiro programa do Tocantins de debate na internet, o Poder em Pauta, que postamos semanalmente no YouTube. Começamos no segundo semestre e está sendo um sucesso, chegando a milhares de internautas.
— A partir de segunda-feira, 20, também recomeço com o Politicando, em que faço, em vídeo, um resumo das principais pautas do dia da política do Tocantins.
— Nas sextas-feiras farei o Resumão da Semana, com os fatos que marcaram a política do Estado, também em vídeo.
— Uma vez por semana teremos o Conversa de Política, com líderes tocantinenses falando no YouTube de suas carreiras e analisando o cenário.
— O quadro Entrevista a Distância entrará no ar toda vez que um fato exigir mais detalhamento.
Toda essa produção vai ao ar a partir de segunda-feira, 20, sempre no YouTube e também postado no nosso site.
Fora os projetos profissionais, tenho os meus desafios pessoais. Uns razoáveis e outros completamente absurdos. Confira os principais:
— Lanço em março meu livro com as análises das eleições de 2018, abordando também a crise fiscal e política que resultou na cassação de Marcelo Miranda.
— Vou retomar a série de três livros de contos que comecei a escrever há uns dois anos. Um dia vou publicá-los. Sem pressa. Mas quero criar uma rotina de produção.
— Escrever pelo menos uma crônica por mês. Algumas vou publicar, outras ficarão para a posteridade.
— Correr 10 km em menos de uma hora. Meu tempo está em 1h03min45s. Estou perto, e vou intensificar os treinos.
— Por fim, o absurdo: aprender a fazer barba com navalha sem me machucar. A primeira parte (aprender) já estou fazendo, mas a segunda ainda está longe: meu rosto está todo riscado.
Chegarei lá. Sou teimoso, e só por isso faço meio século de vida e meu casamento com a Coluna do CT completa bodas de cristal.
Feliz 2020 a todos!
CT, Palmas, 13 de janeiro de 2020.