Foi muito importante a manifestação do governador Mauro Carlesse (PSL) na sexta-feira, 16, sobre o descalabro, para o Tocantins, que é o edital de concessão da BR-153, cujo leilão do trecho entre Aliança (TO) e Anápolis (GO) ocorrerá na Bolsa de Valores de São Paulo, no dia 29. Ele se junta à bancada federal do Estado, que atua em duas frentes — representação no TCU e contestação na própria Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) — e à Associação Tocantinense de Municípios (ATM).
Quando questionado sobre o motivo da mudança nos prazos do edital, uma vez que o outro era mais justo nesse quesito, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, numa oportunidade, como resposta, chegou a lembrar que a primeira tentativa de concessão fracassou. No entanto, a razão não foram os prazos de execução das obras, já que o leilão foi realizado e a empresa já havia começado a operar.
O motivo de a concessão não ter avançado foi porque ganhadora caiu na Operação Lava Jato e ficou sem o financiamento do BNDES para a execução do contrato. Assim, é possível concluir que se houve interesse de empresa na primeira tentativa, prestigiando os dois Estados, também haveria nesta.
Como o governo federal quer convencer o tocantinense a aceitar passivamente essa proposta de realizar 69,8% das duplicações rodoviárias em Goiás em até dez anos, prazo em que o Tocantins terá apenas 25,75% das obras terminadas (só trechos de áreas urbanas e 10 km de Gurupi à entrada para Formoso)? O restante da parte tocantinense da rodovia, 74,25%, será concluído após 20 anos da concessão. Como engolir isso passivamente? Totalmente inaceitável, injusto, discriminatório, indecente.
Mas essa discriminação não está somente no prazo de execução, como bem observou a bancada federal em sua representação. Há uma série previsões de obras que sempre privilegiam Goiás. Por exemplo:
- Não há nenhum Ponto de Parada e Descanso para caminhoneiros (PPD) previstos para o Tocantins e, para Goiás, há dois;
- Não há previsão de construção de rotatórias no Tocantins e, em Goiás, há seis;
- Somente há previsão de duas passarelas para o Tocantins, sendo uma em Gurupi (instalação no 3º ano após a concessão) e Alvorada (instalação no 4º ano após a concessão), e em Goiás, serão 17 passarelas.
Este Estado foi construído a partir da força da mobilização de seus líderes e de seu povo no passado. Será que agora vamos colocar o rabo entre as pernas a aceitar uma imposição absurda que discrimina e marginaliza o Tocantins?
Será que após a luta heróica para a criação do Tocantins é correto que nos calemos diante dessa injustiça e arbitrariedade?
Por isso, nenhum líder do Tocantins tem o direito de se calar frente ao descalabro do edital da BR-153.
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Post Scriptum
Governo vai pechinchar – O pagamento dos direitos atrasados dos servidores com lotes do Estado é uma proposta já que vem sendo debatida há tempos. Palacianos chegaram a dizer à coluna que a ideia é boa, mas o governo vai pechinchar: quer um bom desconto dos sindicatos.
Simbiose de Paço e Palácio – A nomeação pela prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), do administrador Thiago Pereira Dourado como secretário municipal extraordinário de Assuntos Estratégicos, Captação de Recursos e Energias Renováveis mostra o início da simbiose de Paço e Palácio Araguaia. Dourado é homem próximo do governador Carlesse, do qual foi secretário da Agricultura e presidente do Ruraltins.
Hora de mais cuidados – Os números de contaminação por Covid-19 no Tocantins começam a ceder lentamente na maioria das cidades onde as medidas de contenção não foram tão drásticas. O importante é que estão reduzindo. Agora é preciso a colaboração das pessoas. Se acharem que a pandemia acabou, daqui a pouco estaremos de volta ao caos. Vamos ter responsabilidade!
Não é piada? – Esse negócio de candidatura a presidente da República do comediante Danilo Gentili é sério mesmo? Não é esquete de quadro de humor?
CT, Palmas, 19 de abril de 2021.