A presidente nacional do Podemos, deputado federal Renata Abreu (SP), vem a Palmas nesta segunda-feira, 7, para defender a pré-candidatura de Ronaldo Dimas a governador do Tocantins. Acompanho a carreira do ex-prefeito de Araguaína desde o início dos anos 2000, quando ele era deputado federal. Sempre uma pessoa ponderada, sem sobressaltos, não dado ao populismo fácil para conseguir simpatia e adepto e mestre da política de resultados. Esta foi a leitura que fiz dele nos primeiros anos de relacionamento e que se confirmou quando Dimas assumiu o comando da Prefeitura de Araguaína.
Antes disso veio uma lição importante para a cidade, e que deve levar também o Estado à reflexão. Em 2008, Dimas concorreu pela primeira vez a prefeito, contra o deputado estadual Valuar Barros, o Valuarzinho do Povo, epíteto que já revela um viés populista. Valuar é uma pessoa afável, amigo de todos, querido por todos e que fazia um extenso trabalho de assistencialismo em Araguaína.
Como uma figura tão popular poderia ser vencida por um político introspectivo, não dado a gracejos em troca de simpatia, que não faz promessas fáceis, que não distribui cestas e outras benesses à população e que oferece “apenas” um projeto de desenvolvimento? Na cultura política tocantinense e brasileira é praticamente impossível. E não deu outra. Dimas perdeu para Valuarzinho do Povo.
O resultado foi que em menos de dois anos, com o asfalto da cidade com aparência de ter sido bombardeado e outras demandas não atendidas e que só se avolumavam, a população já estava amargamente arrependida da escolha e acredito que até o então prefeito Valuar deve ter concluído que teria sido melhor permanecer na Assembleia.
Então, veio a eleição de 2012 e, desta vez, os araguainenses não titubearam e optaram por Dimas para administrar a cidade. E não poderiam ter sido mais sábios nessa espécie de mea-culpa pela escolha pelo populismo fácil quatro anos antes.
Tenho repetido e não me canso, e nunca liguei e não ligo para os criticam quando falo: Araguaína passou a existir antes e depois de Ronaldo Dimas. Adversários rebatem afirmando que o ex-prefeito não teria feito nada sem o apoio da bancada federal. Não tenho dúvida da importantíssima contribuição dos então deputados federais Lázaro Botelho (PP) e César Halum (Republicanos) na alocação e liberação de recursos. No entanto, a despeito das divergências políticas e pessoais, nada iria para frente sem excelentes projetos, agilidade na licitação, acompanhamento sistemático das obras e boa aplicação dos recursos.
Mas é muito mais que isso: uma palavrinha que falta ao Tocantins desde os primeiros governos Siqueira Campos: planejamento. É aí que reside o mais importante diferencial de Dimas. Ele pensou os próximos 20 anos de Araguaína.
Há anos que digo que o Estado carece de se repensar totalmente e impor um freio de arrumação. A partir daí nada se faz, nem um centavo se gasta, sem planejamento.
Por isso, do ponto de vista da gestão pública, não tenho a menor dúvida de que Dimas é o homem certo para o lugar certo: o governo do Tocantins.
Mas, para conquistar a principal cadeira do Palácio Araguaia, ele precisa de votos. E, para ter votos, o ex-prefeito tem que “vender” para os líderes do Estado esta visão que os araguainenses hoje têm dele como gestor. Não é algo que resultou de um convencimento a partir de meros truques da marketagem fácil, mas de tudo que viram Dimas fazer em sua cidade e no que Araguaína se transformou.
Se tiver o poder de convencimento para fazer parte significativa dos líderes tocantinenses “comprarem” seu projeto, Dimas se tornará uma candidato altamente competitivo. Se eleito, não há a menor dúvida de que marcará a história da Tocantins, como fez em Araguaína.
Este é o contexto do desafio maior deste momento da pré-candidatura de Dimas que a presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, vai encontrar ao chegar ao Tocantins nesta segunda-feira.
CT, Palmas, 7 de março de 2022.