O Tocantins é o Estado do agronegócio, um setor altamente estratégico para economia regional. Reconhecemos todo o seu valor, e precisamos cada vez mais dar atenção ao desenvolvimento do campo. Temos terras férteis, áreas em expansão e posição logística privilegiada. Nossos produtores rurais não deixam nada a desejar na relação com aqueles dos Estados mais desenvolvidos.
No entanto, é preciso ficar claro que ninguém está aqui produzindo para fazer favor ao Tocantins. É um grande negócio e ganham muito dinheiro com ele, o que é totalmente legítimo. Dessa forma, do mesmo jeito que todo o povo tocantinense deve respeitar e valorizar nossos produtores rurais, eles também devem responder da mesma forma. É uma via de mão dupla.
É lamentável os comunicados de algumas empresas de agronegócios e áudios de fazendeiros com verdadeiras chantagens ao Tocantins. Se querem conquistar o voto dos tocantinenses que usem de argumentos democráticos para convencer o nosso povo de que o candidato que o setor defende é o melhor para o Brasil. Agora não podemos aceitar as bravatas que estão sendo disseminadas nas redes sociais e ameaça de boicotes a comerciantes que exercem seu mais sagrado direito de cidadania de definir livremente em quem votar.
Não tenho dúvida de que este comportamento fascitóide não representa a maioria do nosso agronegócio, formado por pessoas civilizadas, democráticas e progressistas. Tenho amigos fazendeiros bolsonaristas, mas que respeitam acima de tudo as divergências de opinião. Mesmo comigo, assumidamente um anti-Bolsonaro, esses bons amigos mantêm uma relação alta e exemplarmente plural, sem imposições.
Em um dos áudios, um senhor, claramente fora de si, chega a dizer que vai embora para o Paraná porque é lá que tem “gente de bem”, como se nós tocantinenses não nos enquadrássemos neste critério de pessoas respeitáveis, responsáveis e comprometidas com o país, simplesmente porque o candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) venceu aqui no primeiro turno. Isso é um despautério! Uma tentativa de rebaixar o nosso povo que não aceitamos de forma alguma. Que esse senhor vá embora do Tocantins e o mais rápido possível. Nós não o queremos aqui, ele não nos fará falta.
Nós, os tocantinenses, somos, sim, gente de bem. Quem não é a gente de bem são esses fascistóides que querem impor sua vontade, de forma arbitrária, covarde, agressiva, antidemocrática, desrespeitosa e que revelam, no fundo, o desespero de quem é mau perdedor, de quem sabe que será derrotado nas urnas pela mais soberana vontade da nossa população.
Se querem vender suas propriedades, vendam e sumam daqui. Venderão muito fácil, e sabem por quê? Porque somos um Estado pujante, de enorme potencial. Interessados nelas não faltarão.
Da mesma forma, esses bravateiros que estão dizendo que vão suspender ou cancelar investimentos, de novo, como se estivessem fazendo favor para o Tocantins. Seus chantagistas! Duvido que façam isso, porque ganham dinheiro e sabem que somos um Estado de grande potencial. Não estão nos fazendo filantropia. São só uns valentões de colégio e, insisto, bravateiros.
Mas, a despeito do resultado do dia 30, seja ele qual for, todos nós tocantinenses vamos respeitar. Afinal, somos, além de tudo, um povo ordeiro, que vive sob a égide da nossa Constituição, conquistada a duras penas, porque justamente pessoas dessa mentalidade tacanha, retrógrada e reacionária nunca desejaram que vivêssemos numa democracia.
Mas vivemos, a amamos e a respeitamos profundamente. Por isso que, nós, verdadeiros democratas, reconheceremos aquele que o povo escolher, a despeito da birra manifestada por chantagistas e bravateiros, como o nosso presidente legítimo, seja ele Jair Messias Bolsonaro ou Luiz Inácio Lula da Silva.
Porque, acima de qualquer coisa, soberana aqui é a vontade do nosso povo.
Viva a democracia, e sumam, chantagistas e bravateiros! O Tocantins é maior que vocês!
CT, Palmas, 7/10/2022.