Na contramão dos governos estaduais e orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) diante da pandemia de coronavírus, o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), defendeu a volta à normalidade em pronunciamento em rede nacional, chegando a questionar o fechamento das escolas. No Tocantins, o presidente do Conselho Estadual de Educação (CEE), Robson Vila Nova, garantiu à Coluna do CT que as medidas de isolamento serão mantidas.
Mais de 500 milhões sem aulas no mundo
Robson Vila Nova reforça que a CEE acompanha a situação do coronavírus no Brasil e no mundo e citou dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) que indica haver mais de 500 milhões de pessoas no mundo sem aulas. Neste sentido, o presidente reforça que também acompanha a comunidade internacional e segue as orientações da OMS e determinações Ministério da Saúde e governo estadual em relação a melhor opção para superar a pandemia do novo coronavírus, o Covid-19.
Reunião remota e suspensão mantida
A manutenção da paralisação das aulas foi decidida nesta quarta-feira, 25, em reunião ordinária CEE realizada remotamente, justamente por causa da pandemia. “Nós deliberamos pela revogação da resolução que aprovou o calendário de 2020, referendando a decisão do governo pela suspensão das atividades letivas no Tocantins”, revelou o presidente do conselho.
Não há previsão para retorno
Robson Vila adianta que não há previsão para o retorno das atividades letivas. Tal decisão vai depender do avanço da pandemia no Brasil e das orientações dos órgãos de saúde. “Estamos aguardando as informações oficiais de como o Estado e o Brasil estará se comportando em relação a questão do contágio e somente após isto vamos deliberar em relação sobre o retorno às atividades”, acrescentou.
Apesar do presidente, o momento é de cautela
Diante deste cenário, Robson Vila minimiza o apelo de Jair Bolsonaro e defende prudência em relação às discussões referentes a pandemia. “Apesar da manifestação do presidente, mantemos o mesmo posicionamento, considerando que o momento é de cautela no que se refere a preservar a vida e minimizar os impactos, o prejuízo a comunidade escolar”, comenta.
Decisão é colegiada
Robson Vila aproveita para reforça que as discussões referentes às redes de ensino não passa apenas pela CEE, mas também pelo Conselho Nacional de Educação (CDE) e os municipais. “Todas estas medidas que impactam direta e indiretamente o funcionamento da escola, o atendimento do aluno e a garantia do direito à aprendizagem, necessariamente elas perpassam por estes órgãos colegiados. Embora haja esta manifestação [do presidente], a gente não pode desconsiderar o papel do órgão regulador que tem esta garantia constitucional” , encerra.