O Ministério Público do Tocantins (MPE) informou em nota ter encaminhado expediente ao prefeito de Araguatins, Aquiles da Areia (Progressistas), nesta quarta-feira, 16, para alertá-lo que a liberação das praias fere próprio decreto municipal que proíbe aglomerações. O gestor foi flagrado na terça-feira, 15, menosprezando a pandemia da Covid-19. “Quem morrer, morreu; quem escapou, escapou”, chegou a dizer. A vice-prefeita Elizabete Rocha (PSD) já contrapôs o titular.
Aquiles da Areia tem dois dias para responder MPE
Conforme o MPE, o expediente do promotor Décio Gueirado ao prefeito Aquiles da Areia ressalta que o decreto municipal que proíbe aglomerações tem validade até o dia 30 deste mês. “A liberação da praia para os usuários incentivará a frequência do público e, consequentemente, ferirá a própria norma”, pondera. O progressista tem dois dias para responder. O órgão acrescenta que já estuda a possibilidade de recomendar à Araguatins a manutenção das medidas de prevenção contra a Covid-19.
Lentidão da vacinação dos municípios da região Sul é questionada
Gurupi, Cariri do Tocantins, Aliança do Tocantins, Crixás do Tocantins e Dueré também estão na mira do MPE. A 6ª Promotoria de Justiça requisitou nesta quarta-feira, 16, os motivos da lentidão na aplicação das vacinas contra a Covid-19 e as providências que estão sendo tomadas para agilizar o processo de imunização. O prazo para remeter as informações solicitadas é de 48 horas, devido à urgência do caso.
Nível de aplicação baixo
Dos cinco municípios, o menor índice foi verificado em Aliança, que aplicou 75,82% do total de 2.527 doses, seguido de Cariri do Tocantins, que registrou o percentual de de 76,83% dos 1.757 imunizantes recebidos. Dueré foi a cidade que mais avançou na vacinação, com aplicação de 82,86% das 2.194 doses recebidas, seguida de Gurupi, com aplicação de 79,02% das 34.421 doses recebidas, sucedido pela cidade de Crixás do Tocantins, com aplicação, até o momento, de 78,30% das 908 doses. O promotor Marcelo Lima Nunes considera que o percentual é baixo em face da gravidade da pandemia.
Leia a íntegra da manifestação do Ministério Público sobre o prefeito de Araguatins:
“NOTA SOBRE AS DECLARAÇÕES DO PREFEITO DE ARAGUATINS
Acerca das declarações dadas pelo prefeito de Araguatins, Aquiles Pereira Souza, no dia 15, terça-feira, o Ministério Público do Tocantins (MPTO) informa que nesta quarta-feira, 16, encaminhou expediente ao gestor, lembrando da existência de um decreto municipal que veda a realização de aglomerações, como forma de prevenir o contágio da Covid-19. No documento, o Promotor de Justiça Décio Gueirado ressalta que a liberação da praia para os usuários incentivará a frequência do público e, consequentemente, ferirá a própria norma da municipalidade, que tem validade até o dia 30 de junho. Diante da proximidade do fim da validade do decreto, o MPTO estuda a possibilidade de expedir nova recomendação ao município, para que as medidas sejam prorrogadas. O prazo para que o Município responda o ofício é de dois dias.”