A Associação Tocantinense de Municípios (ATM) comemorou a aprovação, pelo Plenário da Câmara dos Deputados, do adicional de 1% do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) a ser creditado todo mês de setembro. A entidade municipalista lembra que a luta pelo repasse extra do FPM perdurou por quatro anos. O texto aprovado segue para promulgação do Congresso Nacional. A previsão é que o primeiro repasse do adicional ocorra em 2022, e de forma gradual.
É justamente os municípios de pequeno porte os grandes beneficiados com a conquista, avalia o relator da PEC 391/2017, o deputado Júlio César (PI). “Os municípios são pressionados pela rigidez dos gastos públicos com pessoal e previdência, além de arcarem com pisos salariais e crescentes políticas públicas que são insuficientemente cobertas pelas transferências constitucionais”, avaliou o parlamentar.
O presidente da ATM e prefeito de Talismã, Diogo Borges, explica ainda que é importante os municípios receberem o adicional em setembro. “Historicamente, o mês de setembro apresenta quedas bruscas na arrecadação, e por consequência, nos repasses aos municípios, que permanecem com as mesmas obrigações e gastos, que exigem recursos suficientes para serem atendidos. O adicional fará justamente essa complementação”.
Por sua vez, o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski destaca que a nova transferência segue na linha necessária de uma maior distribuição dos recursos do país entre os Entes federados. “É uma conquista fundamental para a autonomia dos municípios, precisamos descentralizar os recursos para onde as políticas públicas e os serviços acontecem.”
Tocantins
O recurso será transferido, inicialmente, de maneira gradual, começando com 0,25% em 2022 até alcançar o total de 1% em 2025. A previsão é que o primeiro repasse do 1% de setembro ocorra em 2022. Ao todo será distribuído aos municípios brasileiros o montante de R$ 1,402 bilhões. Já para os Municípios tocantinenses, a previsão de repasse é na ordem de R$ 19 milhões em 2022; R$ 20 milhões em 2023; R$ 42 milhões em 2024 ;e R$ 91 milhões em 2025. As estimativas foram traçadas pela área de Estudos Técnicos da CNM.
Pauta histórica
Em 2017, dezenas de prefeitos do Tocantins estiveram em Brasília para a mobilização Não deixe os Municípios afundarem, encabeçada pela CNM. À época, os prefeitos tocantinenses participaram do ato, mobilizados pela ATM, e juntaram aos milhares de prefeitos do Brasil que se reuniram na porta da Câmara dos deputados para tratar das dificuldades financeiras e debater propostas. Em dezembro daquele ano, a PEC foi apresentada pelo senador Raimundo Lira (PB), sendo aprovada em dois turnos do Senado ainda no mesmo exercício. A proposta chegou à Câmara em 2017, para no ano seguinte tramitar em comissão especial da Casa.
Foram muitas as discussões na Câmara para, enfim, a matéria ser aprovada nesta quarta-feira, 6. O texto aprovado segue para promulgação do Congresso Nacional. (Da assessoria de imprensa)