Os advogados do empresário Eduardo Augusto Rodrigues Pereira, o Duda, não receberam bem a manifestação do Sindicato dos Delegados (Sindepol) contra o desabafo do seu cliente, feito após o recebimento da impronúncia pela 1ª Vara Criminal de Porto Nacional no caso em que era acusado de ser o mandante do assassinato de Wenceslau Gomes. A entidade sindical considerou “irresponsável” e “genérica” uma acusação de extorsão feita contra membros da Polícia Judiciária e cobrou que os responsáveis fossem apontados.
Faltou ler o processo
Assinada pelo advogado Antonio Ianowich, a defesa endossou o discurso de Duda, em nota enviada à imprensa no fim da tarde desta terça-feira, 3. “Sua acusação não foi irresponsável, apócrifa ou genérica e, que se a digna representante do Sindepol [Sarah Lilian] tivesse lido a sentença ou o processo, com certeza, saberia os nomes daqueles que agiram nesse propósito criminoso”, discorre um dos trechos da nota.
Investigação direcionada
A defesa reforça que a decisão da 1ª Vara Criminal de Porto Nacional identifica o responsável que teria direcionado o rumo das investigações. “Na sentença […] está explícita a má condução da investigação e direcionamento da mesma pela autoridade policial com o objetivo claro de indiciar o senhor Duda Pereira, autoridade essa que está devidamente nominada e identificado em todo o processo”, acrescenta.
Corregedoria será acionada
Os advogados adiantaram que vão acionar a Corregedoria da Polícia Civil “com todos os documentos e provas” da suposta atuação de seus membros na extorsão nos “próximos dias”.
Infelizmente não conhece os autos do processo
A defesa ainda esclareceu que a manifestação de Duda Pereira foi apenas um “desabafo de quem foi injustiçado e acusado de forma leviana ao longo de mais de quatro anos”, e por isto fez questão de rechaçá-la. “Não poderíamos deixar de rechaçar a nota pública do Sindepol, emitida, ao que tudo indica, por quem infelizmente não conhece os autos do processo”, finaliza.
Confira a íntegra da nota:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
EDUARDO AUGUSTO RODRIGUES PEREIRA, por intermédio de seus advogados vem em resposta a nota do SINDEPOL esclarecer os seguintes pontos:
1. Cumpre inicialmente ressaltar que a declaração emitida pelo Sr. Duda Pereira nada mais foi que um desabafo de uma pessoa que foi injustiçado e acusado de forma leviana ao longo de mais de quatro anos;
2. Mesmo se tratando de um desabafo, é a mais pura expressão da verdade, pois refletiu além do seu sentimento um resumo fidedigno do ocorrido ao longo de todo o processo desumano a que foi submetido;
3. Que ninguém mais do que ele anseia pela apuração das autoridades competentes da responsabilidade daqueles que agiram para indiciá-lo com único propósito de receberem benefícios;
4. Sua acusação não foi irresponsável, apócrifa ou genérica e, que se a Digna representante do SINDEPOL tivesse lido a sentença ou o processo, com certeza saberia os nomes daqueles que agiram nesse propósito criminoso.
5. Na sentença do Douto Magistrado que reconheceu não existir nenhuma prova da participação do Duda Pereira na morte do Sr. Vencim, está explicita a má condução da investigação e direcionamento da mesma pela autoridade policial com o objetivo claro de indiciar o Sr. Duda Pereira, autoridade essa que está devidamente nominada e identificado em todo o processo;
6. Ressaltamos ainda que todas as medidas legais perante a corregedoria da Policia Civil serão tomadas nos próximos dias inclusive com a entrega de documentos e provas concretas da ação nefasta dos agentes públicos membros da Policia Civil do Tocantins que agiram na tentativa de coagir e extorquir o Sr. Eduardo.
7. Por fim, o local adequado para essas discussões será a corregedoria da Policia Civil e o Judiciário, mas não poderíamos deixar de rechaçar a nota pública do SINDEPOL, emitida ao que tudo indica por quem infelizmente não conhece os autos do processo.
ANTONIO IANOWICH FILHO
Advogado