O acolhimento de pessoas com Transtornos do Espectro Autista (TEA) foi tema de audiência pública na sexta-feira, 26, em Araguaína. O atendimento e tratamento de autistas jovens e adultos e a intersetorialidade de serviços foram um dos pontos destacados no encontro que contou com mais de oito horas de debates, apresentações e relatos.
DIFICULDADES NO ACOLHIMENTO
Alguns participantes também falaram sobre a dificuldade da pessoa que é diagnosticada na idade adulta com TEA ser incluída na sociedade, o que acaba os levando a sair da escola, por dificuldade de interação, problemas de comportamento social, entre outros. São na maioria, pessoas com autismo leve, ou seja, o nível menos grave do espectro. As mães de pessoas com autismo mais grave também relataram a dificuldade de encontrar cuidadores ou de adaptar a rotina para atender aos filhos.
EXEMPLO
Natasha Corado é mãe de uma criança de 12 anos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e falou sobre a necessidade de continuidade no atendimento dado à criança quando ela entra na adolescência e sai do ensino fundamental. “Foram ótimos com meu filho na clínica Mundo Autista, mas agora ele é adolescente e não pode mais ficar lá e, como mãe, ficamos à deriva, precisando de apoio. Por isso, um evento como este é tão importante para entender em que portas podemos bater”, disse.
AUTISTA ESTÁ INSERIDO NA SOCIEDADE
O promotor Pedro Jainer Passos defendeu maior a atenção ao tema.”A população autista é uma população que cada vez cresce mais. Amanhã o médico que vai te atender na unidade de saúde pode ter autismo, amanhã o engenheiro que vai projetar a casa onde você vai morar pode ser alguém com esse tipo de transtorno. O autista está inserido na sociedade e isso é irreversível, isso não muda, a gente tem que estar preparado para isso, e o Ministério Público vai estar aqui para poder fomentar essas políticas públicas”, afirmou.
NOVA CLÍNICA ESCOLA MUNDO AUTISTA
O prefeito Wagner Rodrigues (UB) participou da audiência e se comprometeu com a causa, e exaltou os serviços prestados no município. “Somos os únicos no Tocantins a oferecer serviços especializados para a população autista e estamos sempre em negociação com a bancada parlamentar tocantinense em Brasília, com o Estado e com a União para conseguir mais recursos e assim podermos ampliar nossa capacidade de atendimento, que já está em seu limite. “Fico muito feliz de ver a participação efetiva do Ministério Público em vir aqui buscar alternativas, sugestões e colaborar com o fortalecimento das políticas públicas que são voltadas à pessoa com autismo”, comentou. O gestor revelou que busca R$ 10 milhões para a construção de um novo prédio para a Clínica Escola Mundo Autista.