A coordenadora em substituição no Núcleo Aplicado de Ações Coletivas e de Minorias (Nuamac) da Defensoria Pública em Gurupi, a defensora pública Pollyana Lopes Assunção, constatou na tarde dessa sexta-feira, 14, possibilidade de rompimento da barragem do projeto de irrigação de Formoso do Araguaia e indígenas com Covid-19 isolados em uma aldeia. “A situação é preocupante e Formoso do Araguaia precisa da ajuda de quem puder ajudar”, avisou a defensora.
A região do Projeto de Assentamento (PA) Caracol II está bastante alagada e o acesso só pode ser feito com o uso de barco. Apesar desse cenário, a maioria dos moradores dessa comunidade, muitos idosos, insiste em permanecer no local devido a preocupação com a propriedade e com os animais, que ficariam abandonados. “É uma situação desoladora e muito triste a que encontramos”, lamenta Assunção.
Na Aldeia Santa Izabel existem 75 indígenas com Covid-19, conforme informações da Secretaria Municipal da Assistência Social à Defensoria Pública. O grupo está isolado pela dificuldade de acesso ao local e também porque não pode deixar a aldeia por estar infectado com o novo coronavírus, o que aumenta a situação de vulnerabilidade na aldeia. A Defensoria Pública decidiu oficiar outros órgãos a fim de verificar o que pode ser feito em conjunto para atender essas pessoas.
Risco de rompimento de barragem
Outra grande preocupação é com a possibilidade de rompimento da barragem do projeto de irrigação Formoso. A Secretaria Municipal da Assistência Social informou à Defensoria Pública que o risco é iminente. Caso isso ocorra, o município pode ficar com pelo menos mil pessoas desabrigadas e desalojadas. Cerca de 50 pessoas já deixaram suas moradias por questões de segurança e estão alojadas na casa de parentes e de vizinhos.
Um abrigo provisório foi montado em uma escola municipal para receber famílias que tenham deixado suas casas ou que possam vir a deixar em razão de enchentes e/ou inundações. “Pudemos averiguar que o Município tem fornecido cestas básicas para essas famílias e monitorando-as com freqüência”, disse a Defensora Pública.
Apesar do apoio prestado pelo Município, Pollyana Lopes Assunção disse que vai atuar para que outros entes públicos, dentro de suas competências, possam ajudar o Município, já que, sozinha, a Prefeitura não terá condições de manter a o fluxo das atividades por muito tempo. (Com informações da Ascom DPE)