A denúncia do Ministério Público do Tocantins (MPE) referente à Operação ONGs de Papel apresentada à Justiça na sexta-feira, 26, mostra que os acusados utilizaram morador de Pau D’arco em situação de mendicância para ser o sócio-proprietário de empresa de fachada utilizada para desvios de recursos públicos oriundos de emenda parlamentar.
O esquema
Por meio da entidade de utilidade pública denominada Instituto Prosperar, o grupo criminoso firmava termos de colaboração com o Estado para realização de eventos, que o MPE ainda não identificou se de fato foram realizados. Mesmo assim, a investigação constatou contratações superfaturadas de artistas e execução superdimensionada dos mesmos.
R$ 2,7 milhões
Para a realização destes supostos eventos o Instituto Prosperar contratou a GM Locações, empresa de fachada que tem homem em situação de mendicância como sócio-proprietário, e um dos investigados como procurador. Em pouco mais de 3 anos, a suposta entidade de utilidade pública teria repassado à promotora fantasma R$ 2.703.350, dinheiro este que era transferido posteriormente aos operadores do esquema.
Crimes
Iuri Vieira Aguiar, Eduardo Borges Da Silva, Iury Rocha Da Silva e João Paulo Silveira foram denunciados pela prática de organização criminosa, lavagem de dinheiro e peculato-desvio.
E os deputados?
Apesar do desvio ter sido de recursos de emendas parlamentares, nenhum político foi denunciado. Conforme a investigação, a simples destinação das emendas não compromete o parlamentar. Entretanto, a investigação continua e a análise do caminho do dinheiro pode acabar imputando crimes a deputados estaduais.