O governador interino Wanderlei Barbosa (sem partido) e a prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro (PSDB), decretaram luto oficial de três dias no Estado e na Capital pela morte do ex-secretário estadual da Infraestrutura José Edmar de Brito Miranda, que faleceu na tarde deste sábado, 25, em São Paulo, aos 87 anos.
Wanderlei afirmou que a morte do dr. Brito Miranda “é uma perda grande não só para os familiares, amigos e a classe política, mas para todos os tocantinenses”. “Brito Miranda foi uma personalidade bastante expressiva na política de Goiás e do Tocantins, faz parte da história deste Estado e deixou seu legado como homem público, era um político visionário e arrojado”, afirmou o governador.
Na justificativa para o decreto de luto, a prefeita Cinthia destacou a importância de Brito Miranda “como homem público, a exemplo do papel que desempenhou na criação e desenvolvimento do Tocantins, além do pai amoroso de família e amigo de tantos que foi”.
Conforme a Coluna do CT apurou com amigos, Dr. Brito foi internado há cerca de 20 dias em Palmas com um descompasso na pressão arterial e depois apresentou uma insuficiência cardíaca. Ainda na Capital contraiu uma bactéria hospitalar e foi transferido às pressas para São Paulo semana passada. Nessa sexta-feira, 24, seu quadro chegou a melhorar, mas não resistiu a paradas cardíacas neste sábado.
Medebista histórico, ele teve papel importante na criação do Tocantins, como deputado estadual. Foi candidato a vice-governador de José dos Santos Freire em 1988, na primeira eleição do Tocantins.
Em 1994 surpreendeu ao se aliar ao ex-adversário Siqueira Campos, do qual logo se tornou homem-forte como secretário estadual da Infraestrutura, gerando muito ciúmes na base da União do Tocantins (UT), o poderoso conglomerado de partidos que dava sustentação ao ex-governador.
Em 2005, Dr. Brito e o filho, o então governador Marcelo Miranda, deixaram a UT, seguidos da então deputada federal Kátia Abreu, deputados estaduais e dezenas prefeitos. Iniciou-se então a maior e mais agressiva disputa eleitoral da curta história do Tocantins, vencida por Dr. Brito e Marcelo.
Na última gestão do filho (20015-2018), Dr. Brito não ocupou cargo no governo e teve uma atuação discreta, mas ainda assim importante nos bastidores.
“É uma perda grande não só para os familiares, amigos e a classe política, mas para todos os tocantinenses. Brito Miranda foi uma personalidade bastante expressiva na política de Goiás e do Tocantins, faz parte da história deste Estado e deixou seu legado como homem público, era um político visionário e arrojado”, destaca o governador Wanderlei Barbosa.
Brito Miranda era filho de Leôncio Miranda e Anaídes Brito Miranda. Formado em Direito na Universidade Federal de Goiás, especializou-se em Direito Agrário e foi promotor de justiça. Essa especialização profissional o habilitou para presidir o Instituto de Desenvolvimento Agrário do Estado de Goiás (Idago) e ser chefe de gabinete da Secretaria de Agricultura daquele Estado.
Iniciou a carreira política em 1962 quando foi eleito deputado estadual por Goiás, pelo Partido Social Democrático (PSD), tendo migrado para o Movimento Democrático Brasileiro (MDB) após a outorga do bipartidarismo pelo Regime Militar de 1964. Foi reeleito deputado estadual em 1966. Feito que alcançou novamente nas eleições de 1982 e 1986. Em 1988, disputou sua última eleição como candidato a vice-governador do Tocantins na chapa do PMDB liderada por José Freire, não tendo sido eleito, visto que a chapa de Siqueira Campos e seu vice, Darci Coelho, venceram nas urnas. (Com informações da Secom)