O secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Marcelo Lelis, afirmou à Coluna do CT que sua declaração sobre a decisão dos órgãos ambientais do Estado de fechar o cerco contra o desmatamento ilegal vislumbra “o presente e o futuro e não o passado”. Foi uma resposta à reação do presidente da Associação dos Produtores Rurais do Sudoeste do Tocantins (Aproest), Wagno Milhomem, que rebateu as falas de Lelis.
AGRO ANTENADO QUER A PRESERVAÇÃO
De acordo com o secretário, o governo do Tocantins não é adversário dos produtores, mas ambos os lados “estão em busca da mesma finalidade”. “O agro inteligente, o agro conectado com o momento que a gente vive, o agro antenado quer a preservação ambiental, é claro. Porque a preservação ambiental é a sustentabilidade da atividade econômica dele. Como o agro vive sem água? Como o agro vive sem solo fértil?”, questionou.
ESTADO É PARCEIRO
Assim, Lelis disse que o governo do Estado “é parceiro” do agro. “Estamos trabalhando no mesmo sentido. Nós temos que trazer o agro cada vez mais para a discussão ambiental, e não afastá-lo”, defendeu.
34% DE DESMATAMENTO ILEGAL
Mas, por outro lado, disse o secretário, o Estado não pode deixar de fazer o enfrentamento contra quem desmata ilegalmente. Ele disse que 66% dos desmatamentos são legais, mas 34% ilegais. “São esses 34% o alvo de nossas estratégias e contra isso que vamos apertar o cerco”, explicou.
GOVERNO DA ÉPOCA ERROU
Para Lelis, o presidente da Aproest, que disse ser seu amigo, reagiu à sua fala como se o secretário “estivesse olhando para o passado”. “No passado, foram problemas que aconteceram, realmente o governo daquele momento autorizou, depois a Justiça entendeu que não era legal e hoje existe esse imbroglio”, afirmou, acrescentando que, na época, o governo do Tocantins errou.
ILEGALIDADE NÃO É BOA PARA O AGRO
O secretário lembrou que, em novembro, todos os lados — governo, órgãos ambientais e produtores — assinaram o Pacto pelo Desmatamento Ilegal Zero no Tocantins. “Então, o enfrentamento dessa ilegalidade, que não é boa para o agro que quer andar certo, que quer trabalhar de forma legal, de forma sustentável — até porque a sustentabilidade é importantíssima para atividade agrícola –, esse agro quer enfrentar o problema do desmatamento ilegal”, pontuou.