O membro tocantinense do Conselho Federal de Medicina (CFM), o médico Estevam Rivello, avaliou que foi correta a decisão do governador Mauro Carlesse (DEM) de autorizar o retorno das aulas presenciais nas redes pública e privada de ensino a partir do dia 8. “Acho acertado, está no momento ideal”, defendeu o médico.
Há segurança
Ele disse que estudos já comprovaram que há segurança para o retorno das atividades escolares. Rivello explicou que hoje a ciência já sabe que quanto mais nova a criança, especialmente abaixo de 10 anos, ela pouco transmite a doença. “Há um comportamento dessa doença na criança em que ela se desenvolve de uma forma muito branda, a ponto de não permitir que se transmita a doença ao adulto”, afirmou o conselheiro do CFM.
Fechamento é prejudicial à criança
Rivello lembrou que, em abril do ano passado, 192 países fecharam as escolas em todo o mundo, mas esse número caiu para apenas 36 em outubro. No Brasil, disse o médico, 53 milhões de crianças foram impactadas pela medida e estudos mostram que o resultado foi muito prejudicial. O médico citou que estão diretamente relacionadas ao fechamento das escolas crianças que passaram a desenvolver crise de ansiedade, relatos de tentativa de suicídio, depressão por conta do isolamento do convívio social, maior agressividade, distúrbio do medo, tristeza e mudança do padrão alimentar. “Todas essas situações são diretamente relacionadas ao fechamento das escolas e à permanência do criança dentro de casa”, ressaltou.
Impacto maior nos menos favorecidos
O médico afirmou também que o impacto da suspensão das aulas é ainda maior sobre as crianças menos favorecidas, que têm o alimento assegurado dentro da escola e a permanência delas num ambiente seguro dá condições aos pais de poderem trabalhar ao longo de todo o dia. “Uma vez que você fecha a escola, surge a necessidade da família de ter um cuidador, que, em muitos momentos, a pessoa menos favorecida não tem condição de contratar. Aí o filho mais velho fica em casa para cuidar das crianças, deixando, inclusive, de trazer proventos para a manutenção da família”, ponderou Rivello. “Então, permanecer com a criança dentro de casa não parece muito humanitário, especialmente para os menos favorecidos.”
Distância, álcool em gel e máscara
Contudo, ele alertou que, dentro da escola, o professor precisa manter a medida do controle do distanciamento, o uso do álcool em gel e da máscara. “São medidas sociais que vão permanecer por muito tempo na sociedade”, avisou.
Por que não as escolas?
Por fim, o conselheiro do CFM lembrou que, se a doença está sob controle em ambiente que permita o atendimento, não há porque liberar outras atividades e não as escolas.